Energia de Petróleo: Turning Point para o Brasil

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

As evidências de que o Brasil é um pais subdesenvolvido são muito fortes, e não precisam ser demonstradas. Entretanto, a voo de pássaro, vamos evidenciá-las, especialmente porque tal condição é a matéria que justifica o presente trabalho.

Em março de 2017 haviam 14,2 milhões de desempregados no Brasil, e este número vai continuar crescendo. A população carcerária do Brasil alcança a casa dos 700.000 presos. Sabemos também que a maioria dos alunos nas escolas brasileiras não sabe fazer conta e não entende o que lê. A corrupção virou um estigma, que envergonha a todos os que se pautam por ética mínima. Até o futebol, outrora orgulho dos brasileiros, se distingue agora como ninho de corruptos. Os principais políticos brasileiros estão presos como ladrões, e outro tanto espera apenas o dia do julgamento para entrar na prisão. Mata-se no Brasil com a naturalidade de dormir e acordar no outro dia. Entre 2011/15 foram assassinadas 279.000 pessoas, a época, número maior que os 256.000 mortos na guerra da Síria, numa frequência aterradora de um morto a cada 9 minutos. Entre o Massacre de Carandiru, em S. Paulo, em outubro/92, e Manaus em 2017, passando por Pedrinhas, no Maranhão, e Alcaçuz , no Rio Grande do Norte (26 mortos e decapitados), a diferença é apenas do números de mortes, pois a barbárie é a mesma.

Cada segmento citado acima (educação, esportes, jurídico, prisional, etc.), teoricamente pertence a um segmento político da sociedade, e cada um deles é tratado de maneira particular. Para cada grupo há uma solução e um ministério federal para tratá-lo, onde prolifera a burocracia, o empreguismo e soluções cheias de hipocrisia, que ficam esperando solução para as calendas gregas. Antes que se resolva o primeiro problema sob uma nova administração, aparecem mais dez ou vinte outros, e volta-se a discutir as providências a serem tomadas para continuar tudo como dantes.

Entretanto, o conjunto de problemas citado acima faz parte do status de país de subdesenvolvido que paira sobre o Brasil. E busca de solução para cada problema em separado provoca apenas mais subdesenvolvimento, criando um círculo vicioso.

Mas existe uma solução para o conjunto de todos os problemas, faltando apenas tomar-se conhecimento dela para serem tomadas providências cabíveis. É assunto político/social sensível, pois tem a ver com política de petróleo. E a pergunta que surge é natural: que relação existe entre a situação social do Brasil e a política do petróleo? Existe uma relação íntima, direta, entre as duas situações que é desconhecida do grande público, especialmente por parte do mundo político. Pode-se dizer que o modelo econômico vigente no Brasil, sob o ponto de vista geológico, é como um jogo de quebra-cabeças desmontado, no qual está faltando uma peça da base e, obviamente por isso, ele não pode ser montado. A peça que está faltando chama-se ENERGIA!! Não temos energia bastante para trabalhar e crescer. Guardemos esta informação.

Para que se mude o panorama social de qualquer povo, inclusive o brasileiro, é preciso adotar algumas providências básicas que necessariamente passam pelo conhecimento de princípios geológicos, naturalmente desconhecidos dos políticos do país.

Ora, os políticos não têm obrigação de conhecer problemas geológicos, enquanto os geólogos não têm interferência na política, criando-se o impasse.

Queremos nos referir especificamente à política energética vigente no Brasil. Aduzimos ainda que todo o conjunto sociológico descrito anteriormente, que caracteriza o subdesenvolvimento brasileiro, é dependente de um fator apenas: a falta de trabalho para o povo. A falta de trabalho gera, então, as cadeias cheias de malfeitores, analfabetismo, corrupção, incompetência, imoralidade entre os políticos, etc. Resta a pergunta: como arranjar trabalho para milhões de pessoas? A resposta é política, mas condicionada à técnica geológica, desconhecida por políticos. Continuemos a raciocinar.

Se o nosso problema social é trabalho para o povo, precisamos, antecipadamente, providenciar ENERGIA já que não há trabalho sem uso abundante de ENERGIA. Estamos destacando a palavra para acentuar a importância que ela tem no contexto do subdesenvolvimento. Sem energia não há trabalho, exatamente o caso do povo brasileiro.

O Brasil é representado não pelo limite de suas formas geográficas, mas pelo seu povo ou o número de habitantes que forma a sua população. São 210 milhões de habitantes. A máquina que não pode, nem poderá, trabalhar com a quantidade de combustível que tem agora (2 milhões de barris de petróleo por dia), ou que lhe está prometido pela estatal incumbida da missão (3 a 4 milhões de bpd em 2030). Ou seja, sem a energia necessária o Brasil não poderá trabalhar, e muito menos produzir mais do que o pouco que produz (PIB/capta = $ 8,670).

Quando falamos em energia estamos falando especificamente da energia de petróleo, e a estatal encarregada de prover a energia para o trabalho do povo brasileiro, a Petrobras. Ela não tem capacidade de fazê-lo e, à medida que a população aumenta, a incapacidade da empresa se torna mais e mais evidente.

Alardeia-se pelos meios de comunicação, uma autossuficiência que nunca foi alcançada. A título de propaganda exibem-se gráficos, onde a curva da produção de petróleo supera a curva do consumo, e tal fato nada tem a ver com autossuficiência. Autossuficiência nada tem a ver com produção/extração de petróleo. Neste ponto vale ressaltar o conceito de autossuficiência em petróleo como sendo: ” a quantidade de petróleo consumida por um país , de maneira que ele alcance e sustente um nível social compatível com os padrões internacionais de desenvolvimento”. 

A autossuficiência é um item que liga a potência de uma máquina qualquer diretamente ao seu consumo de combustível, e/ou a sua performance. No caso presente a máquina é o povo do Brasil, composto por 210 milhões de habitantes. O combustível é o petróleo, necessário para mover a sua capacidade de trabalho. Popularizando a ideia basta lembrar: um caminhão de 22 rodas não se moverá do lugar com um motor de automóvel de passeio; ou um Antonov 225 (cargueiro aéreo de origem russa) não poderá alçar voo sem a potência do conjunto de suas seis turbinas. A comparação é pertinente: as 210 milhões de pessoas que formam a população do Brasil não poderão trabalhar sem uma quantidade mínima de combustível.

Porém, o mínimo que o Brasil precisa é muito mais do que o máximo que a Petrobras pode fornecer. Na programação de seis pontos, elaborada pela sua equipe, a estatal espera fazer uma produção de 4 milhões de bpd até 2030. Provavelmente, até esta data, sem combustíveis, estaremos (se é que já não estamos) enfrentando uma guerra civil de efeitos irreversíveis.

De fato, o Brasil nunca foi e está muito longe de ser autossuficiente e, na verdade, ao contrário, está muito perto do caos social, exatamente por esta razão.

O fator que determina a quantidade de petróleo que o país precisa consumir, para manter o seu status social é a população do mesmo, e ela é variável sempre para mais. Ela só faz crescer. Em 2030, os 4 milhões de barris de petróleo programados pela companhia para abastecer o Brasil, serão apenas uma ilusão como parece ser o do programa, pois a população terá crescido inexoravelmente. A população do Brasil, em 2030, será de 265 milhões de habitantes, tomada com a taxa de crescimento de 2% ao ano, só que sem trabalho, analfabeta, altíssimo grau de delinquência e outros dados de miséria. Só a Petrobras continuará a ser um oásis, batendo sempre os seus próprios recordes para alegria e felicidade dos seus dirigentes.

QUE QUANTIDADE DE PETRÓLEO O BRASIL PRECISARIA CONSUMIR PARA MELHORAR A SITUAÇÃO SOCIAL?

Respondendo à pergunta: é uma quantidade muito maior do que o nosso atual consumo, a qual pode ser calculada pela fórmula:

LHD = consumo x 159/população

LHD é um índice estatístico que significa Litros de petróleo/Habitante/Dia, ou seja a quantidade de petróleo em litros que a população do pais em analise, deve consumir por dia, para viver bem ou ter alto IDH e alto PIB.

Nas tabelas, da 2ª à 5ª coluna são os elementos colhidos em fontes diversas para obter o LHD mostrado na 6ª coluna.
O estudo da tabela conduz a uma conclusão importantíssima sob o ponto de vista social: fica determinada a causa do subdesenvolvilmento e porque existem países ricos e países pobres e qual a razão dessa existência e como todos podem se transformar em países desenvolvidos.

O PIB e o IDH de qualquer país, são dependentes da quantidade de combustível consumido pelos seus habitantes.

Se quisermos, por exemplo, ter o status de desenvolvimento dos EUA, que tem características geológicas/geográficas semelhantes as do Brasil, usando a fórmula, determinamos que o consumo do Brasil deveria ser hoje 12.440.000 bpd. Em 2030 quando tivermos 265 milhões de habitantes, nosso consumo, segundo a mesma fórmula, subiria para 15.800.000 bpd, para comparar com o desenvolvimento dos EUA de hoje. A comparação com os EUA não é nenhum absurdo desde que tem características geológicas semelhantes às do Brasil.

Para maior clareza dizemos que: o quadro social do Brasil é o resultado do consumo de dois ou três milhões de bpd que nos fornece atualmente a Petrobras.

Obviamente, é um número muito diferente dos 4 milhões programados pela Petrobras em 2030. Produção de petróleo não é importante na determinação das condições sociais de um país. O CONSUMO É, veja-se os exemplos de Cingapura,  Luxemburgo, Hong Kong e Suíça. Os fatos mostram isso claramente como apresentado nas tabelas abaixo.

O que se verifica é que mesmo os países que fazem parte da OPEP se distinguem, exatamente, pela pobreza e subdesenvolvimento endêmicos. Firma-se um ponto importante: ter petróleo em casa e exportá-lo é ato de traição à pátria. Petróleo próprio tem de ser usado pelo seu dono, para seu próprio desenvolvimento. Exportam-se os produtos gerados pelo uso do petróleo.

As providências a serem tomadas sobre o uso do petróleo para o desenvolvimento do Brasil são de caráter, inteiramente, político. Tal situação nos remete ao ponto exato da campanha do “O Petróleo é Nosso”, da década de 50. A criação da Petrobras, todos sabem ou se lembram, foi um movimento puramente político, que resultou em um novo rumo para o país em uma questão técnico/científica. Estamos em momento semelhante à década de 1950, só que no sentido inverso. Para galgarmos a posição de país de primeiro mundo teremos de sair da fase do estatismo, e passar para o regime da iniciativa privada.

POR QUE TEMOS DE FAZER ISSO?

Desde a sua fundação até o ano passado a Petrobras construiu 30.000 poços, numa media de 468 poços por ano, em um território de 8,5 milhões de km2, dos quais 7,5 milhões são cobertos por bacias sedimentares, das quais não temos nem os mapas. Isto significa que não conhecemos nada do nosso próprio território. Temos que imitar os americanos, indo além: temos que perfurar milhares de poços e mapear todo o território nacional.

Acompanhe a tabe a a seguir:

Observe-se o panorama do que aconteceu nos EUA nos primeiros sessenta anos da indústria do petróleo {1}: entre 1860 e 1920 foram construídos 537.385 poços de pesquisa; só na década 1910/20, os americanos construíram 211.658 poços, o que dá uma media de 21.165 poços/ano, ou 58 poços/dia ou ainda 2,4 poços/hora; cálculos mais recentes mostram que, até hoje, os americanos construíram cerca de seis milhões de poços no seu território, incomparável com os nossos 30.000. A força de trabalho para realizar uma proeza dessas é inimaginável, mas certamente precisaria de toda a força dos 14,2 milhões de desempregados, toda a população carcerária, os estudantes que não sabem fazer contas, todos os favelados do Rio de Janeiros e S. Paulo, etc.

Queremos dizer com isso que a solução do item desemprego no Brasil passa, sem dúvida, pela revisão da nossa postura política diante da nossa indústria do petróleo, sem estatismo no meio. O pagamento do esforço dos norte-americanos pelo serviço da perfuração de poços veio com o resultado obtido ao longo do trabalho. Foram descobertos 51 campos de petróleo gigantes e centenas de campos de menor tamanho e, ainda assim, continua-se a descobrir petróleo novo nos EUA, fruto dessa mesma filosofia de trabalho.

É uma espécie de “mágica”, que acontece quando um povo se empenha a procurar a própria energia em um país do tamanho do Brasil. É dessa atitude que resulta o trabalho para todos. É o ponto de partida para desenvolvimento de todas os outros setores industriais, desde a descoberta e desenvolvimento das minas e materiais básicos, até a sua transformação em produtos industriais, inclusive a educação, esportes, etc. É dai que aparece o trabalho que transforma em “ricos” todos os que se empenham nele. Todas as outras formas de trabalho, literalmente todas, derivam deste trabalho-raiz. Leia-se o texto de quem viveu aquela história, sem se aperceber que estava testemunhando um fato econômico da mais alta relevância para o futuro. No último parágrafo do capítulo II  [2] na página 34 lê-se:

“…regardless, by 1861, both Parkersburg and Marietta had become the oil capitals of their regions. Parkersburg particularly began an unprecedented boom. Within just a short span the population doubled. The oil money “flowing” into town and the area from the oil riches brought quick prosperity. Many of the townsmen participated directly as promoters, drillers, financiers, speculators, refiners, coopers, teamsters, – or indirectly in legal workers, or making tools, boilers, engines, and rigs. Even those who did not chose to get involved directly, prospered, as other services had to be provided to the hordes of outsiders who came to this black gold rush. In other words, the whole town, county, and their inhabitants became caught up in this “oil frenzy” and its accompanying new-found wealth.”

A saga descrita não foi encomendada. O autor apenas descreveu o fenômeno, e tal fenômeno se repetiu indefinidamente em todo o território americano e continua a ser praticado até hoje. Atualmente não precisamos inventar mais nada da ferramentaria necessária à pesquisa. Os americanos inventaram tudo. Basta imitar o exemplo do método de pesquisa, o qual foi repetido em todos os quadrantes onde foi descoberto o petróleo, levando um rastro de civilização para terras ainda incultas, que se transformaram em cidades e deram novas dimensões aos EUA. É o método a ser usado agora no Brasil como método científico de colonização, com a vantagem de poder ser melhor planejado.

Fica claro apenas que não é possível levar o plano adiante se não houver O PREPARO POLÍTICO para deslanchá-lo. Que outras ações têm de acompanhar essas atitudes?

Junto com a quebra do monopólio do petróleo há que modificar as leis que a apoiam.As principais são:

  1. A lei que rege a existência da Petrobras como monopolista,
  2. A modificação das diretrizes do Ministério do Meio ambiente, e
  3. A modificação das diretrizes que regem a Agência Nacional do Petróleo.


Por que mencionar esses itens? Para demonstrar que o processo é INTEIRAMENTE POLÍTICO, e só políticos devidamente comprometidos com o  desenvolvimento do país poderão ser os portadores da mensagem para o população de maneira a convencê-la de que a nova situação é boa para todos, especialmente para os mais pobres. Todos poderão trabalhar – direta ou indiretamente – em pequenas companhias petroleiras ou fora delas.

CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO

A argumentação mais forte, na direção de uma mudança de rumo sobre a política do petróleo reside na parte científica do projeto. Para maior clareza: liberar a pesquisa, conservando as diretrizes técnicas e científicas vigentes, ou atuais, não adianta nada.

Tal experiência já foi adotada por ocasião da quebra do monopólio, havida a partir do governo militar do Presidente Geisel (1974), e outras mais adiante no tempo. Por que não funcionaram? Porque está errada a maneira de proceder com a técnica da pesquisa do petróleo em território brasileiro.

As diretrizes geológicas admitidas e praticadas pela Petrobras, e demais empresas de petróleo, que se guiam por ela como farol científico, estão defasadas e ERRADAS perante fatos da natureza, e isso prejudica a pesquisa de petróleo e a própria autossuficiência.Seria a segunda razão para sair do regime estatal.

Com a presença da Petrobras, os paradigmas científicos adotados pelos técnicos funcionam como empecilho para maior sucesso da pesquisa. Os contratos de risco e as concessões obtidas por particulares nunca funcionaram, melhor dizendo, foram e são um fracasso completo, exatamente por tal razão. Este caminho já foi trilhado varias vezes desde os anos 70, ainda no governo Geisel, e todas fracassaram. Esses pequenos e grandes investidores só admitem engenheiros e geólogos da Petrobras, na suposição de que o “sucesso” da companhia repousa no seu conhecimento da geologia do Brasil e, na verdade, eles carregam para onde forem a filosofia exploratória da empresa, crivada de erros técnicos e científicos, terminando todas no fracasso exploratório atual. Entretanto, as novas teorias geológicas para compreender o problema da pesquisa de petróleo são facílimas de entender por serem ciência primária e conhecida por todos, apenas sem ligação entre os fatos da ciência geológica e a prática da pesquisa do petróleo.

Finalmente, a última argumentação para uma mudança de rumos da pesquisa de petróleo no Brasil refere-se aos preços da pesquisa, que são proibitivos pelo método Petrobras, e que caem a patamares inacreditáveis pelo novo método proposto. A dispensa dos trabalhos geofísicos (sísmica, gravimetria, perfis elétricos) e paleontológicos representam substancial parte do orçamento exploratório, podendo ser reincorporado ao orçamento com finalidade de perfurar novos poços, pioneiros ou de desenvolvimento.

Pelo novo método da pesquisa, qualquer pequena empresa pode se tornar uma empresa de petróleo, gerando centenas e milhares de empregos, transformando toda a paisagem brasileira do futuro próximo. Por tais razões, qualquer político que prometer acabar com o subdesenvolvimento do Brasil, tem de conhecer as novidades científicas alcançadas pela pesquisa geológica contida nesta proposta.

[1] J. E. Brantly. “History of Oil Well Drilling”. Gulf Publish Company. Houston, London, Paris, Tokyo. Páginas 1471.

[2] David L. McKain & Bernard L. Allen, “WHERE IT ALL BEGAN, The story of the people and places where the oil & gas industry began“. West 
Virginia and Southestenr Ohio