Petróleo: Mola mestra do desenvolvimento.

As discussões sobre a existência e o aproveitamento do petróleo como fonte de energia e combustível é antiga e de vez em quando se renovam as notícias sobre o assunto. Tais discussões se passam entre técnicos, professores, jornalistas, economistas e sempre aparecem novidades sobre o assunto. Alguns o dizem poluente, outros se referem aos seus preços e a maioria teme pelo seu desaparecimento da face da Terra. No fundo todos têm razão pelo fato único do assunto ser, de fato, um enigma para as pessoas, mesmo aqueles que se preocupam diretamente com a sua pesquisa no dia a dia de buscar cada vez mais petróleo.

Estamos no início do século XXI e podemos datar oficialmente a era da exploração do petróleo há pelos menos 150 anos atrás, em 1859, quando foi furado o poço do Cel. Drake em Titusville nos Estados Unidos. De lá para cá, o petróleo se tornou alguma coisa indispensável para a humanidade. Todos, absolutamente todos os humanos precisam de petróleo direta e indiretamente. Dependemos dele, mesmo quando estamos dormindo, e muito mais quando estamos acordados. Especialmente depois da II Guerra mundial entre 1939-45, o desenvolvimento do mundo moderno é um fruto direto do petróleo. Entretanto, à medida que nos acostumamos com ele e todos os seus derivados, a importância do petróleo no dia a dia banalizou-se e algumas pessoas perderam o elo que as liga ao petróleo e sua existência.

Admiramos um carro de última geração, especialmente das marcas mais tradicionais e famosas, ficando impressionado com a sua arquitetura e conforto, sem lembrar que ele só se move, se houver petróleo no seu tanque. A segurança o conforto e a rapidez dos transportes aéreos, o luxo dos transatlânticos de puro turismo, e o temor dos grandes exércitos, mas não lembramos que eles só se movem impulsionados pelo fluido que tem de estar presente nos seus tanques de abastecimento, sem o que ficarão estáticos, inertes com característicos de lixo de luxo (sem trocadilho). Evidente que esta é uma atitude de desconhecedores do assunto e de suas relações.

Há necessidade de se saber que o petróleo é o combustível da humanidade por afinidade de origem e disso não podemos escapar. Entre nós e o petróleo a diferença é apenas de status.

Nós, os animais e vegetais somos o petróleo do futuro, e o petróleo que usamos no momento são animais e as plantas do passado. Todos os animais e vegetais são a energia do Sol em forma tridimensional, enquanto o petróleo é o mundo orgânico que se transformou em lixo e foi levado às bacias de sedimentação e lá transformado em petróleo.

Os seres que ainda estão na superfície do globo usam exatamente a mesma energia de que são formados e por isso não podem escapar de usar o petróleo como combustível. De fato, toda a indústria, o lazer e o divertimento dos humanos gira ao redor do petróleo. Não é possível, apenas pelo desconhecimento do assunto adotar atitudes infantis e tangentes à loucura, quando se quer evitar uma tolice como é o chamado “efeito estufa” dos ambientalistas, para isso estancando o uso do petróleo sob qualquer forma que ele exista, em benefício do ambiente. Como se o uso do petróleo fosse um poluente. Não se pode exigir que os homens públicos sejam cultos até o ponto de saber o que é o petróleo e qual a sua relação com o meio ambiente. Entretanto, agora, chegamos ao ponto da paranóia ambiental querendo uma regressão ao tempo da idade média, quando não existia nada disso que conhecemos. Atingido este ponto, há necessidade de alguém sinalizar com alguma coisa mais sensata.

Não há qualquer possibilidade de volta do ponto onde chegamos, apesar do peso de qualquer campanha que se faça naquela direção. Este é o panorama atual do mundo, sem que se precise demonstrar. Por ser óbvio demais, vamos chamar atenção para o que já existe segundo a seguinte ótica.

O mundo se divide em duas partes sociais: o mundo dos ricos, em menor número e o mundo dos pobres o lado da maioria absoluta.

Afirmamos nós que esta divisão se dá, em virtude do uso do petróleo. Os que usam grandes quantidades de petróleo para satisfazer as suas necessidades básicas são chamados de “industrializados”. Os que usam pouco petróleo, o grupo da maioria dos povos, são os chamados subdesenvolvidos. Os países industrializados são os povos que freqüentam os salões de Davos. Os subdesenvolvidos se reúnem em cidades periféricas para protestar contra os líderes do mundo. Aqueles querem mais desenvolvimento, quer dizer, mais riquezas. Estes querem permanecer na natureza primitiva. São as duas vertentes do momento que retratam perfeitamente o que vai pelo mundo em função de um boato.

De fato, ambos os grupos agem intuitivamente visto que os industrializados não sabem exatamente o ponto científico que representam, o mesmo acontecendo com os pobres subdesenvolvidos. Vamos popularizar a visão científica da situação e vamos mostrar que o fato está em pleno funcionamento.
                                             
Há muito tempo a riqueza era representada pela vastidão das terra sob domínio de um senhor de terras, ou de uma nação. Em seguida vieram os donos das minas de ouro, prata etc. Atualmente é rico quem domina o petróleo. Mas ninguém carregava ouro naquele tempo passado, e nem pode carregar petróleo na presente era. A maneira prática de transformar as riquezas para manuseio foi inventar o dinheiro. O dinheiro é então a forma prática da riqueza. Atualmente o dinheiro corre na mão dos povos que têm e manejam petróleo.

É um fato notório que os Estados Unidos é um país rico. Todas as gentes dos paises periféricos, subdesenvolvidos ou pobres migram para lá, a ponto de já representarem um problema policial. Todos são atraídos pelas fábulas que de lá se contam. Qual o segredo dos americanos? É o mesmo segredo dos europeus de um modo geral, sejam alemães, franceses, italianos, ingleses, noruegueses etc. Eles usam muito petróleo na sua vida diária e a riqueza surge como conseqüência. A riqueza é o petróleo para lá canalizado e usado por todos, ele então se transforma em dinheiro distribuído entre a população.

Vamos ver o que acabamos de teorizar na prática, seguindo o resultado de uma pesquisa que poderá ser repetida por qualquer pessoa, desde que os dados usados para o resultado são públicos e poderão ser encontrados no endereço CIA the World Factbook.

O endereço da Internet é feito com informações dos próprios países e não tem a finalidade para a qual os usamos. Naquele endereço são encontradas informações atualizadas no ano de 2007 e por isso são muito bons para pesquisar qualquer assunto palpitante ou não.

Método de Trabalho

Organizamos uma lista de 50 países aleatoriamente de maneira aparecessem os principais do mundo, levando em conta a população do país, a quantidade de petróleo que cada um produz, a quantidade de petróleo que cada um consome de maneira comparar os dados e o seu grau de pobreza ou de riqueza e se havia relação entre uma coisa e outra. Como a quantificação de petróleo é feita normalmente em barris, uma medida esquisita e que o povo não entende bem, transformamos os barris em litros, multiplicando a quantidade de barris pelo fator 159 que é o número de litros que um barril contém. Tal medida também facilita a comparação que quisemos fazer. A quantidade de litros de energia que o povo de determinado país consome, dividimos pela população do país, também obtido no mesmo endereço da CIA (Cenral Intelligency Agency). Obtivemos com isso, o número de litros que cada pessoa da população do país recebe, como se fosse a quantidade de energia que cada pessoa consome a cada dia que passa.

Usamos um programa popular, o Microsoft Excel. Obtidos os dados, o programa foi solicitado a organizar a lista em ordem descendente surgindo uma tabela única e que foi dividida em duas como apresentadas a seguir. A primeira parte até o nível 4 e maiores e uma segunda parte, classificados abaixo do índice 4. Em outras palavras, o índice 4 separou dois grupos de países. No conjunto do primeiro grupo ficaram os chamados paises industrializados. No segundo ficaram os subdesenvolvidos. Não houve nenhuma interferência do pesquisador nesses resultados.

A classificação está diretamente ligada ao consumo de petróleo e o resultado é: quem consome muito petróleo é rico e desenvolvido. Quem não o faz é irremediavelmente sub-desenvolvido. Veja-se as tabelas para a conclusão.

Consulta do consumo de petróleo em países desenvolvidos
Consulta do consumo de petróleo em países subdesenvolvidos

Os números em vermelho da 6ª coluna representam o número de litros de energia que cada habitante de cada país da primeira coluna recebe por dia para fazer o que lhe aprouver com eles, mas ao pesquisador mostra uma primeira conclusão: os países mais famosos pela riqueza fazem parte desta lista. O impacto surge quando se coloca a segunda lista na comparação:

A amostra situada abaixo do índice 4, melhor dizendo, os países cujos habitantes recebem dos seus governantes uma ração de energia, menor do que 4 litros de energia ou de força, por dia, mostra claramente o que é ser sub-desenvolvido e porque se é sub-desenvolvido. Há parcimônia na distribuição da energia. O Brasil, a nossa principal preocupação neste trabalho, está destacado em vermelho, ocupa a 10ª colocação na ordem dos caudatários.

Vamos alinhar sem comentários algumas facetas das duas listas que chamam mais atenção.

      1. Na lista dos ricos só 2 são americanos, e do norte: Canadá e EUA. Na dos pobres, 9 são americanos
      2. 4 países não produzem uma gota de petróleo. Dois na lista rica, Luxemburgo e Hong Kong e dois na lista pobre, Paraguai e Haiti.
      3. Luxemburgo, que nada produz, tem qualidade de vida melhor que os grandes produtores de petróleo: EUA, Canadá, Arábia Saudita e Noruega.
      4. Em qualidade de vida o Brasil ganha do Gabão, Colômbia, Bolívia Haiti, Bangladesh e não tem nenhuma chance de aproximação dos países da primeira lista.
      5. Os pequenos produtores (abaixo de 11.000 bpd), aqueles que praticamente nada produzem contamos: Cingapura, Luxemburgo, Bélgica, Suíça, Korea do Sul, Finlândia, Taiwan, Hong Kong, Grécia, Suécia e Portugal. Notar que só fazem consumir petróleo. Seus consumos são altos se comparados aos da lista dos pobres, especialmente se comparados com o consumo do Brasil. A Suíça consome 4 vezes mais que o Brasil. Cingapura consome 16 vezes a ração do Brasil e cada habitante de Luxemburgo quase 12 vezes mais que qualquer brasileiro, enquanto americanos e os canadenses consomem ao redor de 6 vezes mais do que qualquer brasileiro.
      6. Compare-se o PIB dos países consumidores de petróleo com os países da lista pobre.
      7. Finalmente observe-se os dois grandes produtores americanos, um do norte México e um do sul, Venezuela. Produzem acima de 3 milhões de bpd e não passam de dois sub-desenvolvidos.

A conclusão para o pesquisador é muito simples e pode ser resumido em 3 casos:

      1. Para ser um país rico é condição sine qua, que se tenha um alto índice de consumo de petróleo possua-se ou não o insumo. Quem o tem, melhor, não precisa fazer nada, caso do Canadá, Arábia Saudita, Bahrain, Austrália, Noruega e Reino Unido.
      2. Quem não tem petróleo, para manter o status de rico tem de importar o produto como Cingapura, Luxemburgo, EUA, Hong Kong, Taiwan, Portugal, Grécia, Suécia e Japão.
      3. Quem não tem petróleo para seu consumo e não o importa, fica na categoria dos pobres como o Paraguai, o Haiti, Brasil, Angola, Argentina, Congo, Bangladesh.

Vamos analisar o caso do Brasil, que é o caso principal deste trabalho.
Estamos discutindo o caso de países que têm ou não tem petróleo. O Brasil tem muito petróleo quando comparado com seus próprios índices.

Explicando: A Estatal constantemente bate recordes de si mesma. Não é a marca do México ou do Iran e da Arábia Saudita, mas é o seu próprio recorde de produção, importante internamente ao Brasil, tanto tecnicamente para os dirigentes da Empresa, como politicamente para os governantes, políticos etc. também interessados nesses recordes. A situação econômica e o status social do Brasil não se alteram. Há outros recordes interessantes, manejados pela diretoria de propaganda da Empresa, apresentada como um campeonato que não se disputa, mas é disputado somente pela Petrobrás contra ela mesma. É o campeonato das “águas profundas”. São recordes memoráveis, deixando muitos brasileiros orgulhosos da sua empresa. Infelizmente tal produto, “águas profundas”, não entra em refinarias. Não é isso que se quer da empresa. Precisamos é de petróleo vindo de onde vier. O problema do poço ser construído em águas rasas ou profundas é um problema de economia interna da empresa. Os poços em águas profundas deveriam ser evitados ou proibidos pois são caríssimos. Se isso for inevitável, devia ser exigido que eles produzissem óleo. Furar em águas profundas um poço seco e abandonado, é caso de inquérito para apurar responsabilidades. O principal petróleo do Brasil fica na sua parte continental, onde os poços são baratos e ainda não foram experimentados pois não existem os mapas que mostrem isto.

Mas a Petrobrás progrediu muito em matéria de produção. Há 69 anos atrás (Fundação do CNP, o precursor da Petrobrás), não tínhamos quase nada e atualmente a Estatal consegue produzir 1.590.000 bpd, número que é uma boa amostra do potencial brasileiro. Apenas que é pouco para sustentar um gigante de 188.000.000 de habitantes. É pouco petróleo para muita gente. O consumo é baixíssimo. Popularizando a idéia do verbete baixíssimo, é como ter um elefante de estimação em casa e alimentá-lo com uma mamadeira por dia. Mesmo que o leite seja de altíssima qualidade, o elefante deverá sentir muita fome e deverá morrer de inanição. É exatamente o caso do Brasil. As condições sociais do gigante são perigosas. Vive-se no país uma guerra civil não declarada. Temos que construir mais e mais cadeias e mesmo apelando para o Exército Brasileiro, não há nenhuma luz no fim do túnel.

O mal do Brasil, não é a falta de educação. Não é da má índole do seu povo. É falta de trabalho para ele. Não há trabalho nem educação se não houver riqueza, dinheiro, que só vem se houver um consumo grande de energia do petróleo. Não é energia dos ventos, das ondas do mar, da cana de açúcar, dos “biocombustíveis”, do dendê e da mamona que tirarão o Brasil da lista dos pobres. Este tipo de combustível representa a mamadeira do elefante de estimação citado linhas atrás. Representa um milionésimo do combustível que o Brasil precisa para deslanchar o progresso abundante, e com este tipo de combustível, o país não irá a parte alguma. Somente os fazendeiros vibram com a notícia, a qual conservará o Brasil no estado de “país agrícola” do tempo do descobrimento. Até a diretoria da Estatal patrocina os fazendeiros que hão de tirar o Brasil do subdesenvolvimento e eles sorriem felizardos pela condição de salvadores da pátria. Ledo engano dos parceiros. O Brasil continuará onde está, com a sua população sofrendo os horrores do subdesenvolvimento: uma guerra civil não declarada, de brasileiros contra brasileiros. Há necessidade de se compreender a relação estreita, colada, entre a condição social do país (a superestrutura da sociedade) e o seu consumo de petróleo (que é a base e infraestrutura da mesma). Não são problemas individuais, não são separados. Eles são unidos UMBILICALMENTE UNIDOS.  (as letras maiúsculas em negrito são para dar o relevo na afirmação).


QUAL O CAMINHO PARA FACILITAR O CONSUMO DE PETRÓLEO.

É o mesmo caminho que se usa para baratear qualquer produto de consumo: baixar o preço do produto. O preço do combustível no Brasil é excessivamente caro, funcionando como um freio para o desenvolvimento do país. Tomando por base o preço da gasolina comum compra-se um litro de combustível por R$ 2,80 centavos. Nos EUA, em pleno inverno, o mesmo combustível custa R$ 1,53/litro ao cambio de 2.10 por dólar, incluídos os impostos. A diferença de custo é de R$ 1,27/litro de combustível.

O lucro da Petrobrás (R$ 25.000.000.000,00 em 2006) é construído com R$ 0,70/litro passando o restante do preço na forma de impostos para os cofres do governo. Logo, R$ 2,10 são impostos que o governo embolsa. Só a CIDE-Combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) é de R$ 510,10/m3, a qual não tem outra finalidade senão de apertar cada vez mais o já apertado cinto daqueles que usam combustíveis, que é o povo inteiro. O interiorano, que mora lá no alto Amazonas ou o caboclo que se perde pelo interior do Brasil, paga tal emolumento, quando cozinha o seu feijão ou adquire uma passagem em um barco para fazer compras nos postos de vendas nas margens dos rios da Amazônia. Só a CIDE representa R$ 0,51/litro. Completa-se o quadro dos impostos com ICMS, IPI, etc, etc.

Um motivo não declarado dos altos impostos é manter o consumo baixo para os objetivos da Estatal. Baixando os preços o consumo vai subir e fica em xeque a decantada eficiência da Petrobrás que não vai conseguir a “auto-suficiência” prometida e nunca alcançada. Há interesses corporativos e políticos para manter o povo brasileiro na lista dos pobres.

Em resumo: Para facilitar o consumo dos combustíveis, há que se baixar os preços do consumo interno do país retirando impostos do governo. Entretanto esta medida é contra as conveniências políticas tanto da Empresa como do Governo, ficando um impasse. Quem sofre as conseqüências é o povo do Brasil.

Em virtude dessas circunstâncias, o Brasil jamais será auto-suficiente.

Auto-suficiente é qualquer dos países do primeiro grupo, ou seja, aquele povo que tem combustível à vontade e pode por isso ter uma vida com menos problemas sociais (analfabetismo, alta criminalidade, falta de educação, corrupção etc), basicamente porque, com combustíveis mais baratos, aumenta a possibilidade de empregos para a população quando a riqueza fica melhor distribuída.

O Brasil não tem petróleo suficiente e não importa o que lhe falta para tal. Não imita o Japão, os EUA, Taiwan, Luxemburgo etc. Também não há possibilidade da estatal e dos investidores particulares suprirem esta deficiência, especialmente por motivos técnicos. Ambos trabalham da mesma maneira técnica e o tempo de experimentação do método, longo que é (69 anos), já provou que não funciona. Ambos trabalham com informações geologicamente erradas! A estatal pode gastar muito dinheiro, desde que tem um mercado cativo de 188 milhões de pessoas a lhe comprar os produtos a cada vinte e quatro horas. Os investidores particulares, seguindo o mesmo caminho técnico, em breve deverão sair do mercado por falta de recursos. A primeira experiência, os “contratos de risco”, nos mesmos moldes feita em 1974, durante o governo militar, mostrou a prática desta política.

Auto-suficiência não é igualar a produção com o consumo, como foi passada a idéia durante a campanha política de 2006. É petróleo abundante para a população como em Cingapura, Canadá, EUA, e qualquer dos outros países do primeiro grupo.

Para ser auto-suficiente e passar para o primeiro grupo com índice mínimo, isto é, 4 haveria necessidade do Brasil consumir 4,73 milhões de bpd. Ainda não chegamos nem na metade do caminho, só consumimos 2,1 milhões de bpd e continuamos apenas com o orgulho de ter uma estatal que fura poços em águas profundas, patrocina clubes de futebol, clubes carnavalescos, salva da extinção as tartarugas do mar e outros projetos, no mínimo discutíveis, sob o ponto de vista econômico ou que tenham algum benefício para a população sem trabalho.

Para igualarmos a Espanha, precisaríamos consumir 7,32 milhóes de bpd e isso só nos sonhos seremos capazes de produzir. Nem pensar em igualar EUA, Canadá, Cingapura, Japão e outros índices acima de 6 na tabela do primeiro grupo.


COMO SE DISTRIBUI A RIQUEZA GERADA PELO PETRÓLEO.

Finalmente, como se faz a distribuição das riquezas geradas pelo petróleo?
A primeira maneira está descrita no capítulo passado. Barateando preços.

A segunda é copiando a atitude dos americanos no século XX. Furar poços a vontade por quem a isso se dedicar. Toda a riqueza americana da atualidade foi conseguida desta maneira. Em outra parte deste trabalho retratamos esse caráter da saga americana. Em busca do petróleo eles furavam poços naqueles lugares onde supunha haver a riqueza em baixo da terra. Não havia para eles nem o IBAMA, nem a ANP, e nem a Petrobrás a exigir-lhes documentos, papéis, depósitos em dinheiro antecipados, burocracia, lentidão governamental e outra mazelas que caracterizam o trabalho preliminar da perfuração de um poço de petróleo.

Sem estas características, os americanos bateram recordes fantásticos. Eram tantas as máquinas de perfuração em pleno trabalho que se as informações não fossem oficiais, seriam inacreditáveis. Na tabela da página (?) vê-se que os números de poços furados eram contados as dezenas/hora. Para que todas as máquinas pudessem trabalhar, havia necessidade de uma equipe de apoio especializado, que só quem passou por tal experiência pode avaliar. Cada campo de petróleo é o germe de uma cidade. Enquanto uma perfuratriz trabalha, há necessidade de pelo menos quatro equipes de permanente apoio técnico como engenheiros, geólogos, eletricistas, manobristas, mecânicos, pessoal de limpeza e manutenção. Para o apoio desses homens há que ter em permanente trabalho, dia e noite, cozinheiros, ajudantes, pessoal de hotel, motoristas, secretarias, hospedagem para todo o pessoal. As cidades, se existirem por perto se desenvolvem e crescem. Se não houver elas se criam e florescem dando trabalho abundante para todos. Elas têm de se ligar entre si e vem as estradas, a manutenção das mesmas, serviços que são feitos por equipes especializadas e com isso vem o progresso. Os acidentes, coisa comum em trabalhos de pesquisa de petróleo, têm de ser atendidas em hospitais na vizinhança dos campos. Serão precisos médicos, enfermeiros, manutenção de instrumentos médicos de emergência e toda uma equipe de saúde e recuperação dos acidentados e muitas outras coisas que se tornam fastidiosas enumerar, mas são fáceis de imaginar. Assim se fez o progresso e a distribuição da riqueza especificamente dos americanos. Hoje eles têm dinheiro e podem importar o número de barris que precisarem, ao preço do dia, sustentando um alto padrão de riqueza como evidente por si mesmo. Podem inclusive, embora seja lamentável e reprovável, ir buscar petróleo onde ele estiver, apoiados na maior máquina de fazer guerra, como é óbvio nos dias que correm. São oito esquadras inatacáveis, os aviões mais poderosos já construídos, homens a vontade com pleno abastecimento em armas e alimentos. Tudo movido a ondas de petróleo!

Toda a sumária descrição nos deixa boquiabertos, especialmente por não poder chegar a tal status. Os órgãos do governo, colocados no alto de postos burocráticos impedem que se possa agir. O IBAMA  e a sua preocupação com araras e macacos, todos em “extinção”, seguido da ANP e suas exigências impeditivas para os investidores nacionais e internacionais, vendendo poços antigos já usados pela estatal em estado lamentável de funcionamento, pelo preço de jóias da coroa e exigindo dinheiro em depósito antecipado para extrair o que a estatal não conseguiu, são mais alguns fatores que atravancam encontrar-se o petróleo que estamos precisando para caminhar para frente e dar ao povo brasileiro o que ele precisa: Petróleo.

Anderson Caio Soares

Anderson Caio Soares