Origem e Evolução da Vida
A História Geológica que será desenvolvida neste documento é totalmente baseada nas ideias surgidas do estudo estratigráfico feito na Bacia do Recôncavo. Isso inclui nova visão da estrutura e funcionamento do interior do globo. Vamos estudar um novo modelo estrutural do planeta Terra, que é antagônico com o antigo modelo de base geofísica, obtido por Jeffreys (1924).
Chamamos atenção do leitor para o fato de que o interior da Terra é absolutamente inacessível para o homem. Este é o obstáculo intransponível para o estudo direto do interior do planeta. Se temos de fazê-lo, ele tem de ser feito por meios indiretos, usando os conceitos estratigráficos obtidos no estudo da crosta que envolve o interior do globo. As tentativas mais importantes foram feitas depois do aparecimento do sismógrafo no fim do século XIX, as quais permanecem até hoje.
A pesquisa estratigráfica mostra que essa busca não depende de números e cálculos, mas do estudo das rochas, organizadas estratigraficamente, que formam a litosfera, como será mostrado ao longo deste trabalho.
Os conceitos antigo e atual da esfera do globo são antagônicos. Os pesquisadores do século XIX e XX ensinavam que a Terra era um planeta sólido, com uma parte do núcleo fluido, como mostra a figura, conhecida em todos os livros-textos sobre o assunto. Entretanto, tal ideia se opõe aos fatos do conhecimento atual, apoiados na geologia estratigráfica. Os modelos se repelem e não podem conviver: um elimina o outro.
Afirmamos que a questão é básica e é também decisiva, não somente sob o ponto de vista científico, mas é crucial no aspecto técnico, e especialmente no campo econômico para a atual sociedade humana. O novo modelo sobre a estrutura interna do planeta diz respeito à pesquisa do petróleo, e preside a decisão entre construir-se um poço seco ou um poço produtor de petróleo.
Façamos um apanhado histórico para conhecer as teorias dos antigos cientistas que conceberam a Terra como um planeta sólido.
A curiosidade sobre a origem da Terra vem de longa data. As teorias mais antigas são as religiosas, e não passam de lendas, por isso não serão aqui consideradas. Outras teorias são de origem científica, criadas por filósofos e cientistas excepcionais, mas também, não passaram de tentativas históricas como veremos.
No século XVIII, em 1755, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) elaborou um trabalho filosófico sobre o aparecimento do Sistema Solar. Quarenta anos depois, outro filósofo, cientista e matemático francês chamado Pierre-Simon, Marquês de Laplace (1749-1827), trabalhou com uma ideia próxima a de Kant, e por isso a teoria ficou conhecida como Kant-Laplace. Tal teoria falava sobre a contração de uma nebulosa que se condensou ao centro formando o Sol, deixando pelo espaço uma poeira que formaria os planetas, pelo ajuntamento dos minúsculos planetesimais, como foram chamados os fragmentos da grande nebulosa original.
Já no século XIX essa teoria foi contestada e anulada por um cientista inglês por nome James Jeans (1877-1946), um especialista em gases e seu comportamento, que mostrou que a hipótese nebular de Laplace era inválida, pois não atendia alguns requisitos do comportamento dos gases. Por essa altura, já no século XX, o geólogo americano Thomas Chamberlin (1843-1928) e seu colega Forest Ray Moulton (1872-1952), tinham formulado uma nova hipótese, que incluía um desastre celestial provocado por uma estrela que teria passado perto do Sol provocando um estilhaçamento dos mesmos e, dos pedacinhos que restaram, pela teoria da acreção, formaram-se os planetas, e no final, todo o sistema solar inclusive a Terra.
Para um geólogo, a teoria fica comprometida na origem, desde que se precisa de um desastre celestial improvável, envolvendo uma estrela desconhecida e que não se sabe de onde veio nem para onde foi depois do desastre. Ela apareceu somente para provocar o desastre. Ambas teorias, tanto as de Kant/Laplace como a de Chamberlin/Moulton e seus companheiros, são hipóteses tipicamente bíblicas, pois não há necessidade de se mostrar evidências das conclusões. Crê-se nelas pela fé, atitude inaceitável em geologia.
A despeito dessas observações e da invalidez das propostas de Chamberlin e seus companheiros, essa é a hipótese que vale atualmente para a origem da Terra e, segundo ela, a Terra é um planeta rochoso formada pelos planetesimais. E foi sobre essa hipótese que dissertou longamente em todos os livros [1] que escreveu Sir Harold Jeffreys (1891-1989), extraordinária personalidade cientifica do século passado.
Essas antigas teorias sobre a origem da Terra poderiam continuar válidas eternamente sem serem contestadas, se elas não tivessem se tornado importantes para a exploração de petróleo e consequentemente para a economia mundial. Em outras palavras, elas afetam negativamente a economia da humanidade, e podem ser contestadas com argumentos geológicos, apoiados em raciocínio dedutivo e coerente com os fatos da natureza do planeta conhecidos atualmente.
Importante ressaltar que para estudar o nosso planeta não há necessidade de teorizar com base em especulações como as citadas acima, pois a História da Terra está gravada na sua estrutura rochosa, isto é, nas formações geológicas, que são os fatos geológicos, indiscutíveis.
Paralelamente aos estudos teóricos sobre a origem do sistema solar e da Terra em particular, outros cientistas investigavam os terremotos, um fenômeno existente no próprio globo. Para estes cientistas o obstáculo era o mesmo: como penetrar no interior da Terra para estudar o fenômeno? Deveria ser inventado um aparelho que ainda não existia. O aparelho foi inventado e tomou o nome de sismógrafo.
O sismógrafo foi inventado, em 1880, por John Milne (1850-1913), tentando compreender os terremotos, muito frequentes no Japão, onde ele morava e ensinava a cadeira de Minas e Metalurgia no Colégio Imperial de Tokyo. A partir dessa invenção surgiram variados modelos de aparelhos todos tendo a mesma finalidade: medir movimentos da crosta na suposição de que só assim, seria possível entender o que se passava no interior do globo.
Depois da invenção surgiram dois caminhos para o uso do sismógrafo ainda em fase experimental. O primeiro foi investigar a estrutura da Terra e o segundo dirigiu-se para a indústria da pesquisa do petróleo, desde que a geologia, ontem como hoje, não dava conta do recado, isto é, ninguém acreditava nas teorias geológicas então existentes, que fosse confiável para locar uma sonda e obter petróleo. Vejamos algumas datas importantes relativas ao instrumento.
Depois da II Guerra apareceram as aplicações, a melhora e o aperfeiçoamento de tudo o que se tinha inventado durante o período da guerra. Mesmo assim os aparelhos geofísicos continuavam muito primitivos. Também neste período os pesquisadores passaram a se dedicar quase inteiramente às pesquisas do petróleo, ficando secundária a pesquisa sobre a estrutura da Terra permanecendo os fundamentos deixados pelos cientistas mais importantes do inicio do século. Em outras palavras, a estrutura do Globo já tinha sido definida pelas melhores cabeças do mundo da geofísica e os instrumentos deviam apenas confirma-las.
Queremos acentuar este fato. Entre a invenção do sismógrafo, pelo fim do século XIX e a metade do século XX, os aparelhos ainda estavam na sua forma mais primitiva e as tentativa feitas no sentido de conhecer a estrutura interna do globo com aqueles instrumentos, mesmo feita por gênios da ciência, não poderiam esclarecer o grande mistério do interior do globo. Realmente, na prática ainda não se conhecia nem mesmo o seu exterior, fora de haver preconceitos sobre a realidade do planeta. O principal defeito que tinham as experiências geofísicas no sentido da exploração petrolífera, eram as diferenças entre os modelos geológicos onde eles eram experimentados e o local onde deveria ser empregado, no nosso caso a Bacia do Recôncavo, que tinha um modelo absolutamente solitário, jamais levada em conta pelos experimentadores americanos.
Aos poucos também os aparelhos mudaram de mecânicos para elétricos e, quando, por essa época, apareceram os primitivos computadores, os sismógrafos melhoraram ainda mais, mas já estávamos chegando ao fim do século XX quando, a Bacia do Recôncavo ainda continuava um mistério e já estava com a produção definhando. A produção máxima se dera em 1969 quando atingiu o pico de 165.000 bpd, passando a cair até os atuais 30.000 bpd.
O que estamos mostrando é que os aparelhos geofísicos só tiveram chance de melhorar pelo fim do século XX, enquanto as principais conclusões sobre a estrutura do interior do globo foram feitas no início do mesmo século, a partir dos primitivos aparelhos de pesquisa inventados na primeira parte do século XX, ainda mais, o contínuo aperfeiçoamento do aparelho não se refletia na melhora dos resultados da pesquisa do petróleo.
Repetia-se com a geofísica o que acontecera na Bacia do Recôncavo no inicio do século XIX relativo à geologia: grandes cientistas da época pesquisando em condições desvantajosas definiram os principais parâmetros geológicos da Bacia, mas por causa daquelas condições incluíram erros que prejudicaram e continuam prejudicando até hoje, a pesquisa de petróleo naquela província. Os aparelhos geofísicos não funcionavam na Bacia, além de pesquisarem uma estratigrafia completamente errada. Sumariamente: os aparelhos melhoravam muito, mas não havia nenhum progresso na pesquisa, e a produção da Bacia continuava a baixar.
Voltando à nossa história.
Assim, também, em 1924, já estavam estabelecidas as teorias matemáticas e todos os cálculos feitos por Sir Jeffreys mostrando a estrutura rochosa do planeta, a origem da Terra e da Lua, suas idades, sua historia térmica, a origem das montanhas etc., teorias essas que vieram na esteira da teoria da origem da Terra esposada por Chamberlin em seu livro “The Origin of the Earth …” [2] , segundo a qual a Terra era uma esfera rochosa, e todas essas informações, continham erros de inferência que, hoje, continuam a prejudicar o progresso da humanidade.
Isaac Asimov em seu livro “O Colapso do Universo”, edição de 1982, sob o titulo “Materia Comprimida” (páginas 38 – 46) resume o pensamento exato dos cientistas sobre o estado físico do interior do globo.
Assim, quando em 1912-15 surgiu a hipótese de Alfred Wegener (1880-1930) sobre a movimentação dos continentes, a oposição à ideia do meteorologista alemão por parte dos geofísicos foi violenta. Essa oposição foi capitaneada por uma das personalidades mais influentes do mundo geofísico do século XX, mencionado diversas vezes anteriormente. Chamava-se ele Sir Harold Jeffreys (1891-1989), autor de vários livros nos quais proclama o caminho da matemática para solucionar problemas geológicos. Segundo ele a movimentação continental não era coisa séria, pois não havia possibilidade de movimentação de um sólido, a crosta terrestre, que seria inteiriça até 2.900km de profundidade.
A partir da segunda parte do século XX, precisamente em 1950, começaram a aparecer trabalhos de outros geofísicos de renome, cujos resultados indicavam que muitos fenômenos seriam mais facilmente explicados e compreendidos, se fosse admitida a movimentação continental.
Em 1950, Sir Stanley Keith Runcorn (1922-1995), um especialista em geomagnetismo, mostrou que o polo magnético da Terra variava de posição sobre a superfície do globo, mas isso ficaria muito mais fácil de entender se aquela movimentação fosse devida a movimentação continental.
Em 1960, Harry Hess (1906-1969) e Robert Dietz (1914-1995) propuzeram um mecanismo, algo parecido com uma esteira rolante, para explicar a renovação do fundo oceânico, e seguiram-se muitos outros trabalhos, especialmente de origem geofísica, que exigiam, para explicação mais fácil desses diversos fenômenos, a movimentação tangencial da litosfera.
Porém, todos esbarravam na oposição de Jeffreys, que continuava sustentando que o movimento era impossível diante da estrutura por ele preconizada: uma estrutura rochosa desde a superfície até 2900 km de profundidade, onde aparecia o núcleo fluido. Doutor Jeffreys morreu em 1989 sem nunca ter aceitado qualquer modificação na sua teoria sobre a natureza do manto terrestre.
Na Rússia, outro influente geólogo, Vladimir Belousov (1907-1990) esposava a mesma ideia de Jeffreys, e isso bastava para inibir outros estudantes de pensar contrariamente.
Atualmente, tenta-se equilibrar as diversas propostas com a criação de uma camada intermediária entre a litosfera e o manto, a que se deu o nome de “astenosfera”, invocando uma idéia antiga já citada no Journal of Geology em 1914/15 por J. Barell e mencionada por Jeffreys em seu livro, “The Earth …”, na pág. 129. Mas, a ideia da existência da “astenosfera” não resolve o mistério dos movimentos tangenciais devido às contradições com a força para movimentar a litosfera.
A discussão sobre os movimentos tangenciais da crosta terrestre poderiam se estender por tempo indefinido, e se limitaria a confirmar o prestígio de personalidades e sumidades que pudessem emitir ideias complicadas, desde que estivessem embasadas em princípios matemáticos, através de fórmulas perfeitas.
Em suma: as hipótese antigas poderiam continuar existindo eternamente, pois parecia não ter qualquer importância ou influência para a humanidade e para a economia. Mas, atualmente, ela precisa ser questionada, pois causa graves prejuízos para toda a sociedade. Vejamos a razão dessa afirmação.
O progresso da humanidade foi muito grande depois de 1769 com a invenção da máquina a vapor. Pelo meio do século XIX, precisamente em 1859, o petróleo, um óleo escuro e mal cheiroso que saía de dentro da Terra, começou a funcionar como combustível, substituindo as máquinas a vapor, que começaram a ficar obsoletas.
A humanidade passou a gastar petróleo como combustível. Os americanos saíram na frente e construíram milhares de poços, a princípio com a força das máquinas a vapor, depois com máquinas movidas a petróleo, com as quais alcançava-se maiores profundidades. E assim, a humanidade passou a depender de grandes quantidades de petróleo por exigência de toda a indústria que surgiu, especialmente depois da II Grande Guerra.
Uma observação. No Brasil também havia necessidade de combustíveis, mas precisávamos importar o petróleo a preços escorchantes da OPEP. E as tentativas de obter o óleo negro pela inciativa privada foram desencorajantes, até a fundação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938, que deu uma nova esperança no sentido de termos um serviço adequado para pesquisar o combustível.
Em 1953, um século depois do inicio da pesquisa dos americanos, fundou-se a Petrobras, e o Brasil também passou a pesquisar o óleo negro, sob um manto de crendices técnicas e políticas. As crendices técnicas existiram devido ao fato de termos aprendido tudo com os americanos, e eles sem conhecer a gênese da Bacia do Recôncavo aplicaram métodos de pesquisa que funcionavam muito bem lá, mas deram resultados acanhados aqui. Já as crendices políticas foram criadas por filósofos do sindicalismo brasileiro dos anos 60, os quais chamaram a Petrobras de “intocável”, e com isso blindaram a companhia.
Vale lembrar que, no Brasil, a única província fornecedora do óleo negro era a Bacia do Recôncavo, que até 1970 foi a nossa única fonte de combustíveis, entretanto, em 1969 começou a definhar. Esse fato preocupou muito, tanto os dirigentes do país como os da Empresa.
Pelos anos 70 do século passado, uma das frequentes crises do petróleo elevou os preços a níveis nunca vistos, passando de dois dólares para 13 dólares/barril o que levou os militares que governavam o Brasil a tomar uma das mais serias atitudes a respeito do assunto: decidiram abrir aos contratos de risco como foi chamada a abertura da pesquisa naquela época. Vieram para a aventura 35 das maiores petroleiras do mundo, empregando mais de 1 bilhão de dólares, construindo mais de 200 poços onshore, e nada conseguiram. Que teria havido com as companhias estrangeiras? Por que os contratos de risco, ou contratos com cláusulas de risco, não deram certo? [3]
Com esses resultados, em 1988, a nova Constituição brasileira, de novo, voltava ao monopólio.
Enquanto isso, decrescia a produção na Bacia do Recôncavo, fato que fez a diretoria da Petrobras imaginar que o petróleo no continente estaria acabando, e no início dos anos 70, um dos seus diretores levou a pesquisa do petróleo para o mar, onde, em 1974, foi descoberta a Bacia de Campos, que criou novas expectativas e a natural euforia. As manchetes dos jornais da época eram todas sobre a autossuficiência em petróleo, que seria alcançada em breve, quando terminaria a crise interna. Com a descoberta de Campos houve a necessidade de flexibilizar o monopólio do petróleo, e as grandes companhias do ramo voltaram sob melhores condições de contrato, e em 1995, os governantes do Brasil voltam a quebrar o monopólio. O tempo passou e a produção na Bacia de Campos estacionou. E a Petrobras continuou sem dar conta das necessidades do Brasil, com resultados pouco animadores.
Em 2002, um novo presidente do Brasil é eleito: o Lula.
A partir daí o departamento da propaganda da Estatal transforma a Companhia em coisa extraordinária, e qualquer novo barril toma conta das manchetes dos jornais, mesmo que a companhia não cumprisse o seu dever primário: abastecer de petróleo a crescente população do País.
Em 2007, um dos diretores da Petrobras convence o presidente a levar a pesquisa do petróleo para águas ultra profundas, ou seja, para o que foi chamado impropriamente de “pré-sal”. Com uma propaganda gigantesca, o então presidente Lula repete a mesma promessa feita na época da Bacia de Campos, ou seja, promete a autossuficiência para o Brasil, e vai além, garante a entrada do Brasil para a OPEP, isto é, o Brasil entraria para o clube dos exportadores de petróleo.
Nesse cenário de euforia, alguns empresários brasileiros são convencidos a investirem pesado na pesquisa de petróleo, pois apoio financeiro de bancos estatais não iria lhes faltar.
A OGX representa de forma emblemática a propaganda enganosa do petróleo usada no governo Lula. Seu principal acionista contratou a peso de ouro o que ele supunha ser a nata dos cientistas da Petrobras, contratou o melhor equipamento do mercado, prometeu muito petróleo, ainda dentro dos reservatórios, como faz a propaganda da Estatal, e vendeu as ações da sua companhia na Bolsa de Valores em uma festa de otimismo contagiante. O resto é história.
Os prazos venceram, o petróleo não apareceu e os acionistas retiraram seu apoio. Tanto a OGX, como todas as companhias que apostaram nas virtudes (lucros) do petróleo ainda em seus reservatórios correm o risco de desaparecer sob os escombros da incompetência e do entusiasmo infundado.
Em entrevista para o THE WALL STREET JOURNAL o empresário Eike Batista revelou que:
“Eu acreditei. Vivendo em um país que tem essas descobertas de petróleo gigantescas, por que eu não poderia ter sido abençoado com uma delas?. Os executivos contratados, vindos da Petrobras, eram bons em encontrar petróleo, não produzi-lo. É que eles não conheciam a geologia com a qual a OGX lidava. Pior, afirma, eles lhe entregavam relatórios brilhantes para convencê-lo a pagar gordos bônus. A motivação não era necessariamente me apresentar a verdade.”
O que ele, e os técnicos da Petrobras, não sabiam mesmo é que em pesquisa de petróleo não existem abençoados e malditos, mas conhecedores e desconhecedores de Geologia e de como pesquisar petróleo.
A Petrobras vai pelo mesmo caminho. Já estamos em 2019, e continuamos com a produção de petróleo emperrada, com contínuas ameaças de aumento nos preços dos combustíveis, uma Petrobras com sérias dificuldades, tanto pecuniárias como técnicas e éticas, e o governo precisando importar petróleo a preços escorchantes, exatamente como em 1960, mas a propaganda sobre as grandes descobertas de petróleo continua enganando a quase todos.
Contrariando as previsões dos governos e dos técnicos, nossos problemas com a pesquisa e produção de petróleo continuaram e continuam, desde que as necessidades do país crescem com o crescimento da população, que não para de crescer. Em outras palavras, a crescente população do Brasil, atualmente na casa dos duzentos milhões, precisa agora de pelo menos 10MM de bpd para sair do subdesenvolvimento em que se encontra, e a Estatal continua marcando passo, produzindo apenas 1/5 da quantidade necessária para mantê-lo no estado em que está.
O conhecimento da Geologia Histórica nos diz que êxito na pesquisa de petróleo depende do conhecimento da dinâmica da área onde ele é pesquisado, apoiado em mapas estratigráficos, e não depende de instrumentos, cálculos, e estruturas.
Vimos que a errada definição da estratigrafia do Recôncavo levou a paleontologia ao descrédito. Apelou-se para as virtudes da geofísica e, embora manejando sempre o que havia de melhor na indústria, os aparelhos geofísicos também não funcionaram, tanto na Bacia do Recôncavo como em todo o território nacional.
O modelo atual da estrutura do planeta precisa ser reconsiderado para solução dos problemas da pesquisa geológica, particularmente a do petróleo. Por esta razão abandonamos aqui todas as teorias sobre a estrutura do planeta Terra feitas até o século XIX e adotaremos uma nova, baseada em conceitos estratigráficos.
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