Origem e Evolução da Vida
A Terra, como planeta, é um corpo em permanente evolução, isto é, a evolução não é um fenômeno que tenha afetado somente os animais e os vegetais, como foi buscado pelos cientistas do passado. De fato, ela afetou tudo o que existe no globo, desde a estrutura interna até a geografia e a atmosfera. E como consequência afetou a evolução das espécies animais e vegetais. Por isso, o estudo da Evolução está contido na História Geológica, ambas desenvolvidas em faixas de tempo imensuráveis por padrões humanos.
Dessa maneira, vamos decompor o fenômeno da evolução em partes para fins didáticos sabendo que, ao fim e ao cabo, o fenômeno é um só, sem contradições.
O planeta será dividido em duas partes, para fins de estudar o fenômeno da evolução:
1. Uma primeira dominante, a parte mineral, que forma o volume total do globo, e;
2. A segunda, a parte orgânica, que é mínima em relação a primeira, que habita somente a superfície dos continentes e o mar.
A evolução da parte mineral já foi vista com o título de História Geológica, nos textos precedentes.
Veremos agora o que aconteceu com a parte orgânica.
A SEDIMENTAÇÃO DA ATMOSFERA E A ORIGEM DA VIDA
Podemos resumir a evolução da parte orgânica como resultado do fenômeno da sedimentação, especificamente, a sedimentação da atmosfera, e a sedimentação deve ser compreendida como o resultado da gravidade do planeta. A Terra é a massa maior e atrai para o seu centro tudo o que estiver dentro do seu raio de influência, dependendo apenas das massas em jogo, conforme a Lei da Gravidade.
Dos fluidos componentes da atmosfera original, a água, o mais denso, sedimentou primeiro, ocupando as partes baixas da topografia, formando o oceano primordial: Pantalassa. Inicia-se o ciclo da água: evaporação, formação de nuvens e as primeiras chuvas, iniciando-se também, os processos de sedimentação. A atmosfera da Terra, neste ponto, é composta dos três gases: a agua em forma de nuvens, o nitrogênio N2 e o gás carbônico CO2. O nitrogênio e o gás carbônico, ficariam a flutuar indefinidamente sobre a litosfera do planeta não fosse um deles, precisamente o gás carbônico, ter a propriedade da catenação. Essa propriedade das moléculas do carbono de se unirem umas as outras, sob a influência da insolação formando cadeias, agora cadeias orgânicas, pois já dotadas da energia do Sol, é que dá início ao processo da vida sobre a Terra.
Ressaltando: moléculas orgânicas aglutinadas pela catenação ganham massa. A determinado limite dessa massa ela passa a ser atraída pela maior massa da Terra, onde é fixada. Este é o fenômeno da sedimentação da atmosfera.
Neste ponto, um dos componentes da atmosfera, precisamente o CO2, deixa de ser um gás e transforma-se em um dos componentes da superfície terrestre com o nome de matéria orgânica. A maior parte dessa matéria orgânica, sem capacidade de adaptação, morre, vira lixo orgânico e é levado pelas correntes de água da superfície para uma bacia de sedimentação, o lugar mais baixo da superfície do globo, onde sedimenta junto com resíduos minerais. Inicia-se a formação das rochas sedimentares e dos primeiros petróleos, ao longo do tempo geológico.
Dessas fórmulas químicas sedimentadas, apenas aquelas compostas de seis moléculas de gás carbônico desenvolve um pigmento verde – a clorofila – que vai permitir aos vegetais alimentarem -se da energia do Sol. A insolação que provocou a catenação das moléculas do gás inorgânico o transformou em matéria orgânica. Essa é a origem dos vegetais.
Vejamos a fórmula mais importante do mundo (como a chamamos neste trabalho) e o seu papel na evolução. A fórmula é conhecida por qualquer estudante do 2º grau, apenas modificada em sua estrutura de maneira a facilitar a compreensão das conclusões sob o ponto de vista geológico.
Vamos voltar ao início do processo, quando os vegetais desenvolvem o pigmento verde chamado de clorofila.
A EVOLUÇÃO DA ATMOSFERA
Com a sedimentação da atmosfera e a proliferação dos vegetais inicia-se, também, a modificação da atmosfera.
Observe: a energia do Sol em conjunto com o pigmento verde promove a oxidação da água, que perde o hidrogênio e elétrons, seguindo-se a redução do gás carbônico, que forma os carboidratos, conservando no novo composto a energia responsável pelo fenômeno. As seis moléculas de água restantes voltam a circular no vegetal.
Chamamos atenção do leitor para este ponto, pois é decisivo para uma conclusão que classificamos como importantíssima do trabalho: para cada seis moléculas de gás carbônico consumidas na fotossíntese são produzidas seis moléculas de oxigênio, para formar a atmosfera. A atmosfera da Terra passa a contar com quatro tipos de gases: dois originais (gas carbônico e nitrogênio), um pela evaporação da água (H2O) e o oxigênio (O2) resultante do processo fotossintético.
O fenômeno é contínuo desde o período Alphaiano, da Era Pangæiânica, ou seja, desde a solidificação da litosfera, ou como se diz popularmente, “desde o começo do mundo”.
A fórmula da fotossíntese explica quase tudo o que existe na superfície do globo, em função do tempo geológico.
A evolução da atmosfera consiste na continuidade do fenômeno fotossintético. Crescem em número e tamanho os vegetais sobre a superfície do continente e dentro do mar e como consequência há a substituição do gás carbônico pelo gás oxigênio na atmosfera. Deste ponto em diante, dito anteriormente, a atmosfera passa a ter quatro componentes: nitrogênio, gás carbônico, vapor d’água e oxigênio. O nitrogênio em porcentagem fixa, enquanto o gás carbônico e o oxigênio em quantidades inversamente proporcionais.
Essa transformação da atmosfera vai condicionar a adaptação dos habitantes da litosfera. O gás pesado, o CO2, é substituído por um gás leve, o oxigênio, que se desloca para as partes altas da atmosfera. Inicia-se a modificação da estrutura da atmosfera da Terra.
Ao princípio, o gás carbônico, a matéria prima das coisas orgânicas, é abundante; a energia do Sol é infinita e o meio ambiente é favorável ao crescimento dos vegetais, pois é tectonicamente calmo e ainda não existem consumidores: os animais. Os primeiros seres viventes, isto é, aqueles que se alimentam, crescem e se reproduzem são os vegetais.
A população vegetal cresce sem cessar, e a cor branca de Pangæa ou Formação Alpha muda para verde, diante do fenômeno da sedimentação da atmosfera e da clorofila assim desenvolvida.
Vale a pena lembrar que a nova disposição da fórmula da fotossíntese é geológica, onde a energia que é absorvida no processo passa a fazer parte do resultado do trabalho da natureza. Todo vegetal é uma configuração material da energia solar, o que se traduz na linguagem popular: todo vegetal “pega fogo”!
Vimos também que é o hidrogênio da água que se une ao gás carbônico para formar o açúcar, liberando a molécula de oxigênio. Esta molécula do oxigênio da água substitui a molécula de gás carbônico da atmosfera. Mais resumido ainda, os vegetais são formados do gás carbônico da atmosfera através da fotossíntese, repondo cada molécula de gás carbônico retirado, por uma molécula de oxigênio. Portanto, na atmosfera há a substituição do gás carbônico por oxigênio. É uma simples troca: o primeiro gás forma os vegetais e, concomitantemente, o oxigênio desprendido no processo forma a atmosfera. E assim prossegue o fenômeno da evolução.
Evidente por si mesmo que no começo a atmosfera carbônica era venenosa para os animais, e eles não poderiam existir por aquele tempo. Entretanto, para os vegetais o ambiente era, ao contrário, extremamente favorável. Disso resulta que os vegetais são os primeiros e principais habitantes da Terra, enquanto os animais são uma consequência ou habitantes secundários, ao contrário do que se crê, quando o assunto é tratado entre religiosos, onde a tendência é exaltar o homem como representante de deus. O aparecimento dos animais só foi possível com o desenvolvimento de um filtro para a respiração: os pulmões nos animais continentais e as guelras nos animais aquáticos. Os filtros servem para separar o oxigênio dos outros gases da atmosfera prejudiciais ao funcionamento do organismo animal.
Neste ponto podemos conceituar o fenômeno da vida dizendo que ela é consequência da sedimentação da atmosfera, ou ainda, que ela, a vida, é a forma tridimensional da energia do Sol. Em outras palavras, cada animal ou vegetal na superfície do planeta é a própria energia do Sol em uma estruturação de elementos químicos existentes na Terra. Isso elimina a “alma” dos humanos. Sob o ponto de vista geológico, a energia do Sol é a responsável por nossos movimentos, sentimentos, raciocínio, memória etc.
Ressaltando. A sedimentação da atmosfera é feita por todas as fórmulas químicas possíveis de serem formadas ou estruturadas pela ação da insolação, mas somente as fórmulas de seis carbonos desenvolvem a clorofila, o pigmento verde que dá aos vegetais a capacidade de auto alimentação e reprodução, às custas da energia do Sol.
Sendo assim, geologicamente falando, a origem da vida é representada pelo momento da estruturação da fórmula da fotossíntese na atmosfera terrestre.
Para firmar o aspecto fotossintético histórico podemos firmar algumas conclusões:
1 – A matéria-prima da vida é o gás carbônico, não a água como procurado pelos cientista tradicionais.
2 – A variedade das espécies viventes depende do comprimento de onda da radiação solar que agrega as moléculas de CO2, incluindo os raios infravermelhos e ultravioletas. Essa é a explicação da infinita variedade de espécies da flora e fauna do globo verificadas na natureza.
3 – A continuidade da vida sedimentada na superfície depende da adaptação da matéria ao meio onde ela sedimentou, se continental ou marinho.
4 – Somente as matérias orgânicas adaptadas sobrevivem. As que não sobrevivem sedimentam de novo, agora em uma bacia sedimentar, onde se transformam em petróleo.
Importante ressaltar que é impossível chegar a uma conclusão plausível sobre a origem da vida estudando o fenômeno em si mesmo, isto é, estudando as características individuais dos atuais seres vivos. Há que compreender-se o fenômeno da vida dentro da evolução do planeta como um todo.
Dito isso, vamos analisar uma discussão histórica sobre a origem da vida.
Um dos mais importantes estudiosos do assunto foi Charles Darwin (1809-1882), que nomeou seu trabalho “Origin of the Species by Means of Natural Selection” , em 1859. Entretanto, a obra de Darwin não trata de origens, mas de uma explicação de como as espécies se protegeriam melhor para escapar de predadores e prosseguir vivendo.
Além de contestador, polêmico, agnóstico, Darwin, inglês de origem, foi um naturalista que teve o mérito de fazer ciência independente dos cânones da igreja, o que fez convergir contra si o ódio da mesma. Darwin viveu no século XIX, e entre seus especiais opositores estavam os físicos, distinguindo-se entre eles Lord Kelvin, outro expoente da ciência daquele tempo, mas que também não tinha elementos para discutir o assunto, a despeito do seu incontestável gabarito social, intelectual e científico.
Darwin estudou os próprios animais na natureza, e não é este o método de fazer tal estudo. As observações do cientista inglês tiveram como foco a maneira de alimentação e a dificuldade de obter alimentos, fazendo conclusões sobre este tipo de comportamento, sem atentar que o assunto era a origem das espécies, a qual não foi abordada.
No início do século XX, precisamente em 1920, dois cientistas, Aleksandr Oparin (1894-1980), bioquímico russo, e John Bourdon Sanderson Haldane (1892-1964), fisiologista e geneticista inglês, se aventuraram no que foi chamado de abiogênese, uma teoria segundo a qual as moléculas orgânicas poderiam ter aparecido a partir de material inorgânico, o que de fato aconteceu.
Mais recentemente, em 1953, a teoria foi experimentada por outros dois cientistas, desta vez americanos. Foram eles, Harold Clayton Urey (1893-1961) e Stanley Miller (1930-2007) fizeram a experiência para provar a teoria da dupla Oparin/Haldane.
O questionamento principal da Geologia Estratigráfica é que o ambiente imaginado pelos cientistas modernos nada tem a ver com o ambiente no qual se formaram as primeiras fórmulas químicas, ou seja, o ambiente geológico inicial, quando o gás mineral se transforma em matéria orgânica. Ressaltando, o ambiente imaginado pelos cientistas, não geólogos, nada tem a ver com o ambiente primitivo em que as primeiras espécies foram criadas, porque tal ambiente não pode ser reproduzido. De fato, sem que se conheça o aspecto fotossintético histórico jamais se poderá compreender o “mistério da vida”, como no caso de Oparin/Haldane e outros.
Lembrando a regra já enunciada anteriormente: o estudo isolado de cada fenômeno havido na Terra gera tantas teorias quantos forem os fenômenos investigados, gerando também confusão, sem encontrar as respostas buscadas. Em outras palavras, só o estudo da evolução do planeta como um todo, ou como uma unidade, é que se pode explicar todos os fenômenos que nele se passaram e que continuam se passando hodiernamente.
Sendo assim, o estudo da vida e suas consequências pode ser feito e estudado sob o prisma da História Geológica, a partir da estratigrafia das rochas que formam a litosfera da Terra.
AS HIPÓTESES RELIGIOSAS SOBRE A ORIGEM DA VIDA
A observação interessante para os leitores deste trabalho é que a origem da vida aqui tratada tem o mesmo problema a resolver, tanto entre religiosos como entre os cientistas materialistas: como se transforma o material mineral inicial de que era formada a Terra, em matéria orgânica, de que são feitos os animais e vegetais.
A hipótese religiosa mencionada na Bíblia dos cristãos e todas as hipóteses assemelhadas não entram como hipóteses válidas para serem estudadas geologicamente e são aqui descartadas. As hipóteses religiosas são as mais antigas, melhor dizendo, nasceram junto com o homem na sua forma mais primitiva de total e completa ignorância. Hipóteses feitas naqueles tempos eram originalmente ingênuas, mas, não eram julgadas dessa maneira, ao contrário, valiam muito como explicação “científica” e se perpetuaram como lendas.
A transformação de uma figura feita de argila, semelhante a figura humana, e transformá-la em um homem através do sopro divino foi a maneira mais fácil de explicar um problema difícil. O surgimento da mulher, embora mais esquisito (tirada de uma costela de Adão “anestesiado”), já era uma fase mais adiantada, pois era matéria orgânica saída de matéria orgânica.
Dito acima, todas as hipóteses divinas fazem parte da fase mais ingênua e ignorante das primitivas populações que surgiram no mundo. Entretanto, essas hipóteses são as que guiaram e guiam os cientistas experimentadores atuais na busca da solução do “mistério” da vida, e por isso merecem alguns comentários.
Vamos ser mais claros passando em revista a situação científica atual.
De um lado a engenharia humana criou aparelhos e artefatos admiráveis como os aviões Antonov 225 MRIYA, da Rússia, ou o Boeing A-380, americano; há a estação espacial e suas fantásticas fotografias e experiências; os VLT (Very Large Telescopes) construídos em Paranal, no Chile, a mais de 2.600m de altitude, e outras tantas maravilhas da atualidade proclamam o alto grau do nosso desenvolvimento científico.
Entretanto, essas conquistas fantásticas convivem com a crença geral e quase unânime sobre um aquecimento global, cujo vilão é gás carbônico que está se acumulando na atmosfera da Terra devido ao excessivo uso de petróleo. Falam de um tal “El Niño”, duende peralta, a provocar o aquecimento das água do Oceano Pacífico, sem que se conheçam as causas do fenômeno; teme-se que o degelo das calotas polares aumente o nível das águas do mar, e “mede-se” a temperatura do globo para provar seu aquecimento. Continua-se a buscar a origem da vida em outros planetas, crê-se em uma “alma” que pode ser condenada ao céu ou ao inferno, dependendo de seus pecados aqui na Terra; inventa-se uma inexistente “camada de ozônio” e gasta-se fortunas na caça desse fantasma, e ainda poderiam ser citadas várias outras teorias, sem pé nem cabeça, como diz-se popularmente.
Queremos dizer que, mesmo diante de tantos sinais de civilização científica, ainda leva-se a sério tolices absurdas, desde que sumidades das ciências [1] atuais ou políticos importantes têm com elas algum compromisso.
Veremos em outros textos, a solução geológica para cada um desses problemas, mostrando a simplicidade de resolução e a economia que disso resulta, se o embasamento da ideia tiver por base o conhecimento geológico.
Outra observação interessante é que nenhum animal precisava, como até hoje não precisa, de explicação das coisas da natureza. Só os humanos quando apareceram é que precisaram dessas explicações. Daí o surgimento das primeiras teorias, hoje consideradas tolas e ingênuas.
As lideranças surgidas nas comunidades, aquelas que se distinguiam pela personalidade forte, força física, maior capacidade de caçar e enfrentar inimigos, também tiveram de encarar a responsabilidade de explicar, não somente as coisas do dia a dia, mas também os outros fenômenos mais complicados, como as chuvas, as enchentes, os raios que vinham acompanhados de trovões que matavam os membros das tribos. Os terremotos e os vulcões; o Sol, a Lua e as estrelas, que ainda hoje têm explicações muito vagas e complicadas, tiveram de ser “explicados” ao modo dos “cientistas” daquele tempo.
Evidente que as explicações não podiam ser dadas, e daí o aparecimento de alguém mais ladino e imaginativo para inventar um ser muito mais poderoso que os próprios chefes, surgindo assim a ideia de um deus, ente superior a eles mesmos e com a capacidade de criar e fazer as coisas inexplicáveis. A ideia foi bem aceita por todas as comunidades em todos os continentes. Essas explicações, ainda que primitivas, marcavam também uma face da evolução, e elas se conservam até hoje formando o arcabouço e a base das religiões.
A primeira conclusão é que o homem não se originou no Paraíso, uma região da África. As raças humanas são oriundas das suas próprias regiões: a raça amarela no oriente, a raça branca na Europa, a raça negra na África e a raça vermelha nas Américas. Todas surgiram em todas as regiões do globo, depois da fragmentação continental, ou seja, com os continentes já nas suas posições da nova geografia.
A espécie humana, particularmente, é muito susceptível e frágil, pois tem poucas chances de sobreviver fora das CNTP ou quando atingida por algum cataclismo dos conhecidos atualmente. Nenhum ser humano resistiria ao impacto dos fenômenos que marcaram o “continental drift”, e nenhum conseguiria vencer as dificuldades que formam os itinerários propostos pelos diversos historiadores cristãos.
As tentativas humanas de “proteger” a natureza, preservação da vida de animais em extinção, e outras medidas dessa tipo, não passam de atitudes ingênuas e românticas, resultantes da tradição religiosa sobre a origem divina do homem e seu papel de “salvador” de outros animais. Sem dúvida, é mais fácil seguir tradições religiosas do que informações científicas dependentes de muito trabalho e estudo. Veja no clipe como nasceram as teorias vigentes sobre a geologia sem o conhecimento da estratigrafia
Essa base idealística ficou preservada ao longo da maior parte do tempo da presença do homem na superfície do globo em todas as partes do mesmo, daí a diversidade de crenças religiosas, dos deuses principais de cada povo, cada uma tentando ser mais verdadeira do que as outras, atitude que até hoje é geradora de conflitos.
Os melhores exemplos são, entre outras, a cultura do Islamismo no Oriente médio, o Budismo na Índia, o Xintoísmo no Japão ou o Cristianismo no ocidente.
De maneira geral, todas as religiões têm uma entidade central à qual chamam pelo nome genérico de “deus”, não havendo precisão sobre quando apareceram. E todas as coisas, tanto as naturais como as sobrenaturais, inexplicáveis que eram, ficavam e ficam, até hoje, por conta dos deuses.
Essas ideias permanecem intactas ou levemente modificadas desde tempos imemoriais até hoje, e deverão assim permanecer ainda por muito tempo. Não é nossa intenção polemizar o assunto, apenas confrontar alguns deles com os fatos geológicos decorrentes desta pesquisa.
No século XVI surgiu, na Europa, o protestantismo como uma ideia melhor do que a religião católica, e representava o primeiro passo na contestação daquelas ideias.
Naquele tempo, manejando o idealismo podia-se mandar a “alma” de qualquer individuo ao fogo eterno do inferno ou ao paraíso, que era um lugar mais agradável, segundo aquelas promessas. A entrada no inferno era grátis, mas no paraíso era, e até hoje é, paga em dinheiro sonante, aqui mesmo na Terra aos dirigentes das diversas confissões religiosas. Aproveitou-se disso a Igreja Romana e abusou da ideia, provocando a indignação de membros do próprio clero. Foi quando surgiu a ideia do protestantismo com Martinho Lutero (1583-1546), que quebrou a hegemonia da igreja católica.
Surgiram novas religiões com o advento do protestantismo, e esses eram os primeiros sinais de uma nova era de liberdade para o pensamento. Estávamos na aurora do século XVI, e esse foi um passo gigantesco que contribuiu muito para a evolução do conhecimento, mas, mesmo assim, ainda dominando o que pertencia ao campo científico, como a origem da Terra, do homem, das florestas e dos animais (Gênesis. Capítulo 1) [2] . Uma última tentativa de manter o poder foi a imposição da Inquisição (século XIII) pelo Papa Gregório IX, que serviu tanto para coibir os hereges e bruxas, como para amordaçar os cientistas que já apareciam aqui e acolá, dentro da própria igreja.
Em 1543, no dia da sua morte, Copérnico publicou o “De Revolutionibus Orbium Coelestium” , onde afirmou que o Sol era o centro do universo e não a Terra como ensinavam os sábios daquele tempo (Aristóteles e Ptolomeu, apoiados pela igreja, ensinavam essa doutrina). O certo era ao contrário, o Sol era o centro de um circulo e a Terra é que girava ao seu redor. Contra Copérnico, já morto, nada mais poderia ser feito, fora da colocação do seu livro no Index Librorum Prohibitorum mas a semente que ele plantara germinou e foi adotada por outros cientistas.
Em 1600, Giordano Bruno (1548-1600), depois de preso e excomungado foi queimado vivo pela sua visão do universo, que seguia um modelo ainda mais avançado que o de Copérnico.
Em 1609, surge o trabalho de Kepler (1571-1630) corrigindo Copérnico (o sistema era uma elipse com o Sol em um dos focos) e determinando as leis que governam os movimentos do sistema planetário.
Em 1632, despontam no cenário científico as obras e experiências de Galileu disposto a desmontar o geocentrismo, apoiando o copernicalismo. Quase vai à fogueira da Inquisição, mas não escapou da prisão da igreja dominante, tendo de abjurar, publicamente, ao copernicalismo.
O avanço da ideia científica, à medida que o conhecimento se firmava, ficou mais forte e desvendou muitos dos enigmas que povoavam as mentes dos cientistas mais curiosos daquele tempo, inclusive possibilitando as conclusões sobre a descoberta desta História Geológica.
No próximo texto veremos novas ideias sobre a gênese, acumulação e ocorrência do Petróleo
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