História da Ciência

Durante a pesquisa geológica realizada por este autor, da qual resultaram novas ideias sobre o assunto da criação do mundo , houve um momento em que tudo o que eu havia aprendido na infância pareceu balançar. Originário em uma família protestante, tive meus primeiros passos científicos orientados pelos professores da escola dominical na igreja batista da minha cidade. A Física e a Química do curso médio aumentaram a curiosidade de como o mundo chegara aquele ponto e o contato com a Zoologia e a Botânica do curso superior me deixaram em suspense. Ao chegar à Petrobras nos anos 60 e tomar conhecimento dos procedimentos necessários para extrair petróleo da subsuperfície, ficaram evidenciados erros graves que são cometidos pela cúpula dos serviços de exploração, a minha mente, acostumada às soluções espirituais sofreu uma modificação radical e tive de abandonar toda a minha cultura religiosa.

A passagem mental do estágio religioso para o lado do materialismo cientifico deve ter sido igual para todos os demais cientistas da história que passaram por este momento. Desde a primeira infância, acostumado a ouvir sobre o poder de Deus e dos milagres que realizava em favor dos povos que protegia, plasmou uma ideia indiscutível: tudo o que existe no mundo, de fato, não poderia ter sido criado pelos homens. Eles não teriam poder para criar as árvores, os animais, os raios e os trovões, as tempestades e outros fatos fantásticos da natureza e do outro lado, Deus também não era a solução. Qual seria a solução?

Este texto não tem finalidade de polemizar assuntos religiosos e/ou os fundamentos das religiões existentes, mas, o estudo detalhado do pacote de sedimentos que formam a Bacia do Recôncavo colocou-nos nesta encruzilhada. Os sedimentos lá existentes permitem entender toda a história da Terra sem a interferência de qualquer auxílio divino ou não.

E a religião? A continuidade do estudo mostrou que, como fato social, as religiões constituíram no passado e constituem no presente, os primeiros vagidos dos primitivos cientistas sobre os mesmos problemas enfrentados pelos atuais. As perguntas feitas pelos curiosos daqueles tempos eram as mesmas da humanidade atual: quem somos nós? de onde viemos? quem nos colocou aqui? para onde iremos depois da morte? As respostas às perguntas são diferentes conforme o progresso do conhecimento, surgindo então os conflitos permanecendo as questões.

Por exemplo, muitos fenômenos tratados na Bíblia dos cristãos, também são tratados na Geologia Estratigráfica e tem soluções diferentes, por isso se tornando contraditórios. Não ha erros a serem corrigidos nos temas religiosos nem na Bíblia ou em outro livro de regras de fé de outra religião, mas sim, um problema de evolução das ideias cientificas ao longo do tempo, como todos os fenômenos geológicos que sofreram os efeitos da mesma evolução. Os fenômenos passados na Terra só têm uma explicação e todas devem obedecer ao mesmo parâmetro ditado pela ordem natural das coisas ou a Estratigrafia, como chamada na Geologia. Explicações fora dessa ordem passam para o terreno das tentativas, algo parecido com uma adivinhação que tem sido o método usado pelos cientistas de ontem e de hoje. Todas as ideias que estão hoje a funcionar materialmente, passaram, vagarosamente, por esse processo inexorável da transformação evolutiva diante do quadro de paulatino abaixamento do grau de energia acontecida no globo.

Ha um ponto dessa história evolutiva, recentíssimo, em que surgiu o homem em sua figura mais primitiva e junto com ele a curiosidade inerente a ele mesmo e com essa curiosidade apareceram também as perguntas famosas, ate hoje não respondidas mencionadas linhas atrás: quem somos nós? quem nos colocou aqui? De onde viemos e para onde iremos depois da morte? dando inicio ao pensamento religioso e a religião propriamente dita. Na tentativa de responde-las, desde aquele momento ate hoje, é que surge a ciência e, dai por diante surge o antagonismo ciência X religião como se fossem coisas diferentes e mesmo antagônicas.

Acontece que a religião, também, foi afetada pelo fenômeno da evolução. Foi dentro da igreja que surgiram os primeiros cientistas materialistas ou afastados da fé, passando a se colocar cada vez mais distantes da igreja primitiva como foram Giordano Bruno (1548-1600), Galileo Galilei (1564-1642), Tomasso Campanella (1568-1639) e outros.

Dentro deste conceito e geologicamente falando, a religião foi a ciência mais antiga, praticada pelos povos mais primitivos, cujos patriarcas tinham de responder exatamente, as mesmas perguntas que são feitas ate hoje, citadas anteriormente: de onde viemos? Quem nos colocou aqui? Para onde iremos depois da morte? Existem as almas? Onde elas ficam antes do nascimento e para onde elas vão depois da morte? Existem o céu e o inferno? Tais perguntas tinham de ser respondidas e, naquele tempo tudo era ainda mais difícil e misterioso do que agora. As respostas foram dadas pelas autoridades da época, de modo geral os mais velhos das diversas populações. Por serem mais velhos eram também os mais respeitados e, também, por isso mesmo erguidos aos mais altos postos da administração das comunidades. Suas palavras não poderiam ser gravadas, mas valiam como se fossem, e assim nasceram, via oral, as lendas e tradições.

Dentro do sentido evolutivo que damos como motor de funcionamento para todos os fenômenos geológicos no presente trabalho, podemos dizer que a humanidade contemporânea está apenas um pouco mais evoluída do que no tempo referido no paragrafo anterior. Vejamos alguns exemplos para tipificar o pensamento expressado.

Já sabemos como fazer um avião voar, embora muito longe do “saber voar” das aves e pássaros de modo geral. Eles, os pássaros, não dependem da construção de complicadas pistas de pouso, sistemas de abastecimento e orientação de satélites e muitas pessoas para apoia-los na subida e na descida a cada deslocamento. Ensina-se nas escolas que as aves são animais inferiores e alguns grupos de pessoas pretendem “protegê-las” porque algumas estariam em extinção…O mesmo se passa no mar quando se pretende proteger as tartarugas marinhas ou “ensinar” ou guiar as baleias nos mares durante suas viagens. Realmente, nenhum dos animais marinhos ou terrestres precisa ou necessita de nosso auxilio para procriar ou se deslocar conforme a sua necessidade e natureza.  É mera tolice ou ignorância tentar fazê-lo, pois tal atitude apenas evidencia o atraso mental dessas pessoas sobre tais assuntos. Esses animais são mais antigos, mais numerosos e melhor adaptados ao ambiente geológico que a humanidade inteira. Nos, também, estamos em extinção e não há ninguém para nos proteger.

Outra parte da sociedade se preocupa com a poluição da atmosfera e dos mares reunindo pessoas importantes do mundo nas COP’s onde chefes de estado, cientistas e políticos, se reúnem com a finalidade de estancar a emissão de gases classificados como prejudiciais para a atmosfera. Tais gases, segundo eles, são os vilões de um suposto processo de “aquecimento global’ que provocará aumento da temperatura na superfície da Terra seguida do crescimento do nível do mar e a morte de muita gente. Evidente que tais pessoas não tem o mínimo conhecimento sobre o funcionamento geral do globo, mas impressionam milhões de outras provocando pânico entre elas.

No mesmo nível de importância temos todo o desenvolvimento da astronomia e sua variante atual, as ciências espaciais. Emprega-se o pináculo do conhecimento humano investindo fortunas pesquisando ligas metálicas, combustíveis, navegação, etc. para mandar foguetes e naves espaciais  a procurar a origem da vida, água em outros planetas do sistema, composição de suas rochas e atmosferas, procurando outras civilizações realizando experiências com germinação de sementes no espaço etc., dando a impressão de que estamos refinando altos conhecimentos obtidos pelos cientistas aqui da Terra, quando na realidade, estão demonstrando apenas o grau de ignorância ou desconhecimento das mínimas ciências terrestres interessantes para o desenvolvimento e a felicidade humana aqui na Terra mesmo. Em outras palavras, não se conhece ao menos a Terra onde moramos e onde ainda se morre de fome e doenças e se pretende mudar a população da Terra para outro planeta, penetrar o núcleo do planeta, descobrir agua como fonte da vida e …quem sabe quantas tolices a mais se pretende conhecer.

Todo o arrazoado acima serve para demonstrar apenas que os cientistas contemporâneos à cada época, tem o sentimento comum entre eles, de que são os “maiores do mundo”, quando, de fato, representam apenas o conhecimento acanhado e setorizado vigente naquela época o que, atualmente como antigamente, leva a perda de tempo e dinheiro. O raciocínio aplica-se historicamente ao tempo, por exemplo, de Moises na tentativa de explicar como se formaram a Terra a Lua e o Sol e as estrelas no firmamento. Aristóteles, seguido de Ptolomeu ensinaram com a autoridade de indiscutidos cientistas, que o Sol girava ao redor da Terra e tiveram muito sucesso ao seu tempo. Atualmente vemos os cientistas da NASA procurando vida em outros planetas e água, por ser, segundo eles, indispensável à vida…

Moisés, o autor do livro do Gênesis, era, sem dúvida, o mais sábio e mais influente homem da sua tribo ou da sua comunidade ao tempo em que viveu e, supostamente, escreveu ou ditou aquele livro da Bíblia.  Ele não escreveu para os homens da nossa época, mas, para os homens daqueles dias ou daqueles tempos que tinham curiosidade na explicação da sua existência e da existência de outros tantos mistérios. Não se poderia exigir que Moises, um comandante de povos, pudesse explicar assuntos científicos que demandariam muito tempo e aparelhagem sofisticada para observações acuradas e respostas mais próximas da definição cientifica e que não existiam naquele tempo.

A criação da luz é exemplo do que queremos dizer. Quando ela foi criada? No v.3 do capítulo 1o  (“haja luz. E houve luz.”), ou no v.14 e 15 quando Moises descreve o que aconteceu no 4o dia: “E disse Deus: Haja luminares no firmamento do céu para fazerem separação entre o dia e a noite”… “Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia e o luminar menor para iluminar a noite; fez também as estrelas.”

Certamente, para Moisés, a Terra era o objeto celeste mais importante e por isso o Sol ficou em segundo plano, sendo criado apenas no 4o dia. Modernamente sabemos que isso é uma impossibilidade frente a lei da gravidade que foi descoberta por Newton só em 1687 já na era cristã e é fundamental para se compreender o sistema solar. O Sol jamais poderia ser criado depois da Terra. Mesmo hoje em dia não há uma resposta satisfatória para o problema. A hipótese de Kant/Laplace é tão especulativa como a aventada por Chamberlin/Sir Jeffreys no século passado. Ora, se hoje não sabemos a resposta, a despeito de todos os moderníssimos aparelhos, telescópios e naves espaciais a nossa disposição, como criticar a hipótese de Moises, tantos séculos atrás?

Vejamos a voo de pássaro outros fenômenos geológicos que fazem parte das histórias contadas ao longo dos livros antigos inclusive os que compõe o Velho Testamento bíblico e que devem ser levados na conta de algum exagero dos escritores ou dos contadores da história sagrada ao passarem adiante aquilo que lhes parecia a verdade. Vejamos alguns exemplos sem aprofundar a discussão.

O diluvio como descrito nos capítulos 7 e 8 do Genesis jamais poderia acontecer porque os elementos que formam o globo são fixos em quantidade exceto, exatamente a água, o único composto que decresce devido ao fenômeno da fotólise passada na dinâmica do fenômeno fotossintético. A água faz parte da estrutura do globo e enquanto o globo esteve em temperatura muito elevada fazia parte da atmosfera primordial junto com o nitrogênio e o gás carbônico e, devido a sua densidade, sedimentou primeiro, ocupando as partes baixas da topografia original da crosta, formando o oceano. Este oceano foi chamado por A. L. Wegener (1880-1930) em 1912 de Pantalassa, ou reunião dos mares, o oceano original. Ao início da fotossíntese a água passou a diminuir de volume pela destruição paulatina das moléculas da mesma (fotólise da água) cujo resultado é a atmosfera dos nossos dias. Desse conjunto de fenômenos é que se deduz que o diluvio é uma ficção e nunca existiu, não passando de abuso da fé de pessoas mais ingênuas ainda.

Nossa tese é que o atual estagio de conhecimento humano sobre o planeta que habitamos continua no estagio infantil, a despeito dos foguetes e telescópios, transportes e computadores. Exemplo interessante desse estágio é dado pela indústria do turismo que mostra aos mais crédulos, os restos de uma arca que navegou em um oceano que nunca existiu. O problema se resume em explicar como, em um sistema fechado como a Terra, ter água bastante para causar um diluvio cujas águas cobrissem o monte Ararat com mais de 5.000m de altitude e em seguida desaparecer com ela, reduzindo-a ao nível do mar atual. De onde veio a água e para foi a mesma depois do diluvio? A possibilidade não existe e fica na conta de pessoas entusiasmadas com ideias religiosas.

Um dos conflitos insanáveis entre a Geologia e os ensinamentos religiosos têm relação com o tratado no livro de Josué, capítulo 10, v 12 e seguintes, quando foi dada uma ordem para que o Sol e a Lua se detivessem no firmamento. O Sol sobre Gibeão e a Lua sobre o vale de Aijalom, ficando o Sol “parado quase um dia inteiro”. Naquele tempo, nem Josué nem ninguém sabia, que o Sol é estático relativo à Terra e a Lua. Os dois pequenos astros é que se movem relativos ao astro central, o Sol. A ordem de parar tinha de ser dada à Terra e à Lua e, de fato, a todo o sistema planetário porque trabalha em conjunto e isso desequilibraria todo o sistema destruindo-o. Não ha qualquer possibilidade do fenômeno ter acontecido.

A formação do homem no jardim do Éden consistiu na transformação de minerais (argila) em matéria orgânica o que também é impossível pelos meios naturais. A origem da vida, dos vegetais e animais inclusive o homem, já foi estudada e recomenda-se uma revisão do assunto para melhor entendimento do mesmo. Não ha qualquer possibilidade do fenômeno ter acontecido ou acontecer.

Por ser tema de interesse econômico básico, especialmente para os humanos, com maior profundidade para o desenvolvimento do Brasil, fazer a diferença entre o mundo orgânico e o mundo mineral e a sua relação no globo é essencial para dar rumos novos à humanidade habitante do globo.

A ressurreição é outro fenômeno geologicamente impossível de acontecer. Nosso comentário se restringe a vida comum dos animais e vegetais. Depois de reunidos pela fotossíntese, os hidrocarbonetos só perdem sua identidade pela combustão. Não ha volta ao estado anterior em qualquer das etapas do ciclo da energia. Não existem as “almas”, mas a energia do Sol conferida aos seres viventes que, quando “morrem” se transformam em “lixo”. Na forma de “lixo”, são levados às bacias de sedimentação onde se transformam em petróleo e ficam aí armazenados até serem trazidos, de novo, à superfície, agora como combustíveis etc. (v. “O Ciclo da Energia”).

Todos os parágrafos anteriores se referem ao tempo mais antigo da humanidade quando a ciência era nenhuma e as crendices pontificavam mais acentuadamente. Essas crendices perduram ate hoje e continuam a exercer fortíssima influência no seio do povo mais inculto. Mas, ao longo do tempo, muitas coisas foram ficando mais claras pelo surgimento de homens cada vez mais curiosos.

Já no início da era cristã surge Ptolomeu (90-168) que notou a diferença entre a astrologia e a astronomia, mas conservava a Terra como o centro do sistema. Só em 1543, surge o trabalho de Copérnico (1473-1543) um polonês que abandona o geocentrismo, ainda uma influência bíblica, e sugere o heliocentrismo com o Sol ao centro de orbitas circulares dos planetas. Entre as duas ideias ha uma distância temporal de 1375 anos ou praticamente quatorze séculos. Em 1184 surge a Inquisição que terá papel saliente no desenvolvimento da ciência ao contrapor-se aos avanços da mesma. Mesmo isso não conseguiu parar a curiosidade sobre o problema da origem da Terra. Apos Copérnico surge Ticho Brahe (1546-1601) seguido de Kepler (1571-1630), Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727) com um conjunto de obras que levou a compreensão do sistema, seus movimentos, peculiaridades e harmonia. Neste ponto não ha mais lugar para Moises, Aristóteles e Ptolomeu diante das ideias novas sobre a Terra e seus mistérios inaugurando-se novos espaços científicos dentro do espaço religioso. Entre Copérnico, 1543, e Newton, 1727, mediam 184 anos ou quase dois séculos, durante os quais o pensamento religioso continuava a dominar, como se deduz de suas biografias. Newton um dos mais brilhantes em todos os tempos empenhou-se em assuntos religiosos sem nenhum sucesso.

A diferença entre estas duas fases fica por conta do numero de pessoas que aderem as novas ideias. São pouquíssimas, permanecendo a maioria no degrau mais baixo do conhecimento, o que é mais fácil de fazer. Outra diferença é a dificuldade de entender e digerir as coisas novas. As tradições religiosas, preguiça mental, as crenças e crendices existentes são bem mais fortes do que a ideia nova o que dificulta a adoção destas. Tal comportamento é o mesmo na atual conjuntura.

Copérnico desempenhou o papel de “turning point” no campo científico daquele tempo. Sua ideia, entre muitos obstáculos, foi melhorada por Kepler, Newton e Galileu completando essa fase civilizatória.

Todos os ramos da ciência continuavam a ser pesquisados pontualmente, daí o numero incontável de ciências e cientistas. Especificamente dentro da Geologia, como exemplo, existem dezenas de assuntos sem qualquer utilidade para esclarecer como funciona o planeta e muitas delas sem qualquer utilidade como a matemática, desenho, paleontologia, petrografia etc.

O próximo “turning point”, sob o ponto de vista geológico, só começaria a tomar forma no século XVI com van Helmont (1580-1644) passando 150 anos depois, por Priestley (1733-1804), Ingenhousz (1730-1799), Antoine Lavoisier (1743-1794) que deu as linhas finais para o conhecimento do ar atmosférico e por ultimo o trabalho do extraordinário   Cornelis van Niel (1897-1985) que demonstrou o funcionamento da fotossíntese que, por sua vez, possibilitou a este autor as respostas sobre o petróleo sua gênese e ocorrência. Entre as hipóteses e experiências de van Helmont realizadas em 1644 e o estudo deste autor apresentados em 1980 passaram 336 anos.

A reunião e a unificação dessas teorias como a base da ciência geológica permitiram a fusão de todas elas em uma só que chamamos pelo nome de estratigrafia, ou seja, a ordenação da teoria completa sobre o planeta Terra, quando foi possível fazer uma história fechada que tem princípio meio e fim. (V. História Geológica).

A conclusão é simples: sob o ponto de vista geológico as almas e os espíritos são fictícios, não existem! Constituem a explicação dos sábios antigos para os movimentos, produção de trabalho e energia daqueles tempos, quando ainda não se cogitava de estudar Botânica e Zoologia e muito menos a Química e a Física.

Entretanto, desde aqueles tempos e antes deles, era a energia do Sol, embutida, tanto nos tecidos animais como vegetais pelo fenômeno da fotossíntese, que responde pelo movimento de todas as coisas orgânicas. Embora desconhecida, era a fotossíntese que respondia pelo fenômeno da vida e da existência do petróleo.

Já o desconhecimento desses mesmos fatos, por parte dos cientistas e do povo em geral, é o responsável pelo sentimento religioso que foi criado para explicar o desconhecido, e se conserva por tradição na maior parte da população mais desprovida de conhecimentos. Assim, podemos resumir o pensamento do geólogo: os telescópios, comunicações, transportes e divertimentos dos humanos ricos, representa muito pouco como índice de civilização, diante do gigantesco índice de religiosidade do povo em geral que é muito mais alto e representa o contrário, a indigência mental.

Finalmente o ponto que faltava para o completo entendimento do processo geológico surgiu com a fundação da Petrobras em 1953 e o inicio das perfurações na pesquisa do petróleo brasileiro na conhecida Bacia do Recôncavo. O estudo dos prospectos, relatórios, exames de toda ordem, descrição e classificação dos fosseis encontrados na terceira dimensão da bacia deu ensejo ao surgimento da nova teoria sobre a origem da mesma e o encaixe desse acontecimento nos fatos hoje conhecidos que explicam o fenômeno da transmigração continental e do aparecimento da atual geografia. O surgimento desses fatos leva ao desaparecimento de tolices como “almas”, “espíritos”, “aquecimento global”, “el niño”, “derretimento das calotas polares”, “busca da vida em outros planetas” o “céu”, o “inferno” etc.”.

RESUMO

Resumo da ideia central: ao longo de muito tempo (humanamente falando), pelo estudo dos fenômenos geológicos por parte de homens mais curiosos do que a maioria dos seus contemporâneos, foram esclarecidos pontos decisivos para a compreensão de fenômenos frequentes na superfície do globo. À medida que foram conhecidos dissipou-se o mistério sobre aqueles fatos e hoje temos o quase completo domínio sobre os mesmos (progresso das ideias) o que facilita a vida dos humanos na Terra.

Do ponto de vista geológico a ciência progrediu ao longo do tempo e este progresso é lento ao extremo, saindo do estágio mais obscuro da crendice pura, configurado pela nenhuma base de raciocínio do período religioso até a fase atual quando ramos científicos diversos sobressaem pontualmente e muitos desses ramos sustentam a ideias de grandes progressos, o que mascara e induz falsas deduções sobre o progresso da ciência dos humanos. Vejamos um exemplo para caracterizar o paragrafo.

Noticias recentes nos jornais e revistas divulgam que dentro de quinze, no máximo 30 anos “encontraremos vida fora da Terra…” empenhados que estão alguns cientistas procurando água fora do planeta por ser a água, segundo eles mesmos, indispensável à vida”.

Sob o ponto de vista geológico, embora fatos isolados mostrem o contrário, ainda continuamos em estágio precário de conhecimento sobre a origem do homem e da humanidade e tal fato, freia o entendimento mais claro sobre essa origem, provocando crises e guerras desnecessárias ao convívio humano.

As ideias religiosas e as condições de indigência mental dos povos contribuem com muita força para a permanência do primitivo “status quo”.