Petróleo para Políticos e Jornalistas.

Apesar de ser a substância mais usada no mundo atual, o petróleo foi e é um assunto misterioso, não só entre acadêmicos e cientistas, mas entre políticos e jornalistas.  

Depois que o petróleo sai do poço segue para as refinarias, a partir daí entra a engenharia petroquímica e os produtos industriais que serão usados por toda a humanidade. Mas o que é o petróleo? Como ele se forma e se acumula? O que governa a sua abundância ou raridade? Por que só rochas sedimentares podem acumular petróleo?

Conhecendo as respostas das perguntas acima os formadores de opinião (jornalistas) e fazedores de leis (políticos) dominarão o assunto e conseguirão transmiti-lo ao povo dentro da simplicidade da ciência conhecida.

O que vai se ler é uma condensação do resultado de pesquisa realizada nos arquivos técnicos da Petrobras, que é a história da exploração do petróleo dentro da própria empresa, e será contada com auxílio de links para a parte científica da pesquisa e ser consultada pelo leitor.

A pesquisa indica um novo caminho para a pesquisa do petróleo. Nesse estudo observou-se um erro de ordem científica nos relatórios paleontológicos. A Paleontologia era uma técnica destinada a ajudar os geólogos encarregados das perfurações nas pesquisas da subsuperfície da Bacia do Recôncavo para determinar a formação produtora dos hidrocarbonetos.

A pesquisa indicou que há erros que precisam ser corrigidos, do que resultarão novas ideias sobre a técnica de buscar-se os hidrocarbonetos. Essa nova forma de pesquisar e explorar o petróleo indica novos rumos para colocar o Brasil nos trilhos. É a contribuição da ciência geológica para a política e o desenvolvimento.

O petróleo é, sem dúvida, o assunto mais importante para ser discutido no Brasil do presente, pois nossos problemas sociais estão ligados a ele. Estamos em um ponto crucial da vida política do país e não podemos perder a oportunidade. Entretanto, o assunto nem ao menos começou a ser ventilado no novo governo. As pessoas da cena técnica não gostam dessa discussão, e os da cena política ainda não priorizaram o assunto. Diante desse quadro compete-nos provocar a discussão.

Seguir conceitos e definições de fontes tradicionais é permanecer com ideias defasadas, antiquadas e principalmente erradas sobre o assunto. Esses conceitos originaram-se entre os pioneiros do estudo do petróleo que, a princípio, se interessavam apenas pela obtenção do mesmo. Por ser o produto industrial mais usado no mundo moderno e devido a facilidade de encontrá-lo em qualquer latitude ou longitude, a busca da sua origem e ocorrência se tornaram pouco importantes diante do seu uso. 

Baseados em um boato do século passado (“o petróleo vai acabar”), os “donos” das grandes minas no Oriente Médio fundaram a OPEP em 1960, e em seguida elevaram artificialmente os preços do produto a alturas nunca vistas, ou seja, contrariando uma regra econômico /comercial conhecida de todos: a raridade ou a dificuldade de obter determinado  produto (qualquer um!) eleva o seu preço, enquanto a abundancia reduz seu preço. Quando se proclamou aquela “verdade” – o petróleo vai acabar – estávamos no meio do século passado, e o mundo já consumia aproximadamente 70 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Atualmente estamos consumindo algo parecido com 90/95 milhões de bpd, e o petróleo continua a fluir fácil e abundantemente das bacias tradicionais e novas bacias. 

O preço do produto é que está artificialmente elevado demais, apenas para beneficiar os supostos “donos” do mesmo. Os cálculos sobre as reservas de petróleo existentes no globo são meros palpites, pois sem conhecer a gênese do petróleo é impossível dizer ou fazer cálculos sobre as reservas da subsuperfície do planeta. No Brasil, as reservas ainda mal foram tocadas, seu potencial é incalculável. A nossa Estatal encarregada de pesquisar e produzir petróleo não tem número de sondas necessário para furar milhares (1000, 2000, …) de poços/dia (em torno de 50 dólares/bbl). 

O QUE É O PETRÓLEO 

Embora seja o produto mais usado entre os humanos, a maioria dos profissionais do petróleo não sabe o que é isso, ou seja não sabe o que é o petróleo. Uns dizem que é produto dos animais do passado, outros que ele nasce de folhelhos pretos, ou ainda os que imaginam que o petróleo se forma a partir do magma do interior do globo. A definição atual diz:

Petróleo é a energia do Sol armazenada em reservatórios geológicos na subsuperfície, como resultado da fotossíntese”. (leia aqui)

ABUNDÂNCIA OU RARIDADE DO PETRÓLEO

Outra novidade da pesquisa: não há meios nem modos de acabar com a quantidade de petróleo armazenada nas rochas da subsuperfície do globo, especialmente porque tal insumo se renova constantemente ao longo do tempo geológico, diferentemente do tempo humano, e por isso ele pode ser usado à vontade, com muitas vantagens para a humanidade, que serão vistas adiante. 

RELAÇÃO IDH/PETRÓLEO

Verifica-se por simples comparação que, quanto maior a quantidade de petróleo consumida por determinada população maior a sua classificação civilizatória (IDH). Em outras palavras, o grau de desenvolvimento de determinada população é diretamente proporcional a quantidade de petróleo consumida por ela. Ver tabela a seguir, construída com dados de órgãos oficiais a qual será estudada posteriormente.

RELAÇÃO PIB/PETRÓLEO


Ainda por comparação, também, fica evidente na mesma tabela, que quanto maior o uso do petróleo, maior e melhor é a classificação do produto interno bruto – o PIB. O PIB, neste caso é uma dependência da quantidade de ENERGIA consumida pelo país em estudo. Observação importante: não é a PRODUÇÃO DE PETRÓLEO que contribui para o desenvolvimento de um povo, É O CONSUMO!!!

Diante dessas evidencias, deste ponto em diante substituiremos o PIB (valor subjetivo, calculo complicado), e o IDH pelo Índice LHD – litros de petróleo/habitante/dia (valor objetivo) por uma razaosimples: é mais fácil de calcular, e os fatores que entram para o cálculo são objetivos. O Índice LHD É UMA FUNÇÃO DO MAIOR OU MENOR CONSUMO DE ENERGIA pelo povo sob estudo, isto é, maior o LHD (nosso índice) resulta maior PIB e correspondente maior IDH.

Por isso, deste ponto em diante usaremos apenas o índice LHD o qual é obtido pela divisão dos números da 4ª pela 5ª colunas obtendo-se a 6ª coluna que é o LHD procurado que corresponde aos outros dois índices (PIB e IDH).

A conclusão é uma novidade cientifica:


Para que se obtenha um valor de alto LHD (alto PIB ou IDH) ou de alto padrão de vida se faz necessário um alto consumo de combustível (petróleo), e para isso só existe um caminho: forçar um alto consumo de combustíveis baixando o preço dos mesmos. No Brasil o procedimento está no caminho oposto: aumenta-se o preço do combustível para reduzir o consumo, forçando para baixo a atividade econômica. Aqui se faz uma política de contenção do consumo via preços altos, para facilitar lucros para a estatal. Há que se baixar o preço dos combustíveis para provocar o seu uso e, consequentemente, que haja desenvolvimento do país pela criação de novas atividades econômicas de qualquer natureza, quando então se pode cobrar os impostos. A equipe econômica do governo não aplica a ideia porque a desconhece.

EXPORTAÇÃO DE PETRÓLEO                                                                                                                                                            fonte: Bp Eneergy Outlook 2035” BP Statistical Review of World Energy, 67 th Edition


Pretender se tornar um exportador de petróleo, nas atuais condições, é uma ilusão de leigos. Petróleo, para um país subdesenvolvido, NÃO É produto de exportação. É produto de consumo interno. Transforma-se a energia do petróleo em combustíveis baratos, trabalho para o povo, bens agrícolas ou industriais para exportação. Exportar energia em um país carente dela é crime de lesa-pátria, insensatez e ignorância. 


A FALÁCIA DO EFEITO ESTUFA E DO AQUECIMENTO GLOBAL


Os supostos “fenômenos” mencionados acima são frutos da imaginação de pessoas inteiramente desprovidas de qualquer conhecimento do funcionamento do globo terrestre, ou seja, de pessoas leigas em assuntos sobre a História Geológica e Estratigrafia. 


O resultado disso são as atuais reuniões das COP (Conferencia das Partes), nas quais arrecada-se dinheiro para promoção de reuniões infrutíferas, mas excelentes para promoções pessoais. Felizmente, começam a se desgastar com a saída do seu principal acionista, os EUA, e a ameaça da saída do Brasil.
O autor da “teoria do aquecimento global” e seus apoiadores não tem ideia mínima das características geológicas do globo, e expõem seus temores pessoais criando um panorama de pânico em governantes e na população. Além disso criam programas do tipo “créditos de carbono”, onde os mais ricos pagam altas taxas compensatórias pela produção de gás carbônico em seus parques industriais aos mais pobres, para que se mantenham na pobreza (país agrícola, sem queimar combustíveis). É atitude contraditória e amadorística relativa ao funcionamento do globo terrestre.

EXTINÇÃO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Os tópicos focalizados acima são de máxima importância política. Segundo eles, o atual Ministério do Meio Ambiente pode e deve ser extinto, pois impede e dificulta o desenvolvimento do país, apoiado em uma ideia vaga, geologicamente errada e extremamente prejudicial ao crescimento do país. Aqueles que são favoráveis ao desenvolvimento rápido, veloz (a maior parte do povo), precisam usar o máximo de combustível possível, tanto para incrementar o fator produção de bens e trabalho, como para preservar a vida na Terra, com maior produção de CO₂, evitando a desertificação da superfície do globo, desde que o percentual desse gás, hoje, na atmosfera é diminuto (+_ 0,03%). Se os políticos conhecerem a origem e o funcionamento da atmosfera certamente ficarão mais habilitados para argumentar a favor da ideia da extinção do Ministério do Meio Ambiente.

PIB, IDH e LHD

O PIB, o IDH e o LHD visto anteriormente são índices que se equivalem, mas apenas os dois primeiros são resultados obtidos em cálculos complicados, enquanto o LHD fornece a causa do subdesenvolvimento. Dizendo de outra maneira: o produto interno bruto e o índice de desenvolvimento humano são resultados dependentes ou resultantes do índice LHD (ver tabelas). O PIB e o IDH do Brasil são baixos ou fracos relativo aos outros países porque o LHD do Brasil é baixo ou fraco. Precisamos elevar o LHD do Brasil, e isso não pode ser feito nas atuais condições do estatismo. Estatismo em negócios de petróleo é sinônimo de corrupção, e os acontecimentos políticos recentes são provas irrefutáveis do que afirmamos. 

O programa estatal de produzir 4 milhões de bpd em 2030 é enganoso. Agora em 2018, com 210 milhões de habitantes, precisaríamos consumir 12 milhões de bpd para nos transformarmos em um país decente, e em 2030 estaremos com 230 milhões de habitantes (tendência do crescimento atual), precisando de inalcançáveis 15 milhões de bpd e provavelmente enfrentando uma guerra civil e em plena desordem econômica. 

A Petrobras foi indispensável em 1953 e décadas seguintes. Atualmente é um estorvo no caminho do progresso do Brasil. O povo do Brasil não sabe dessas coisas e apoia a Estatal brasileira, mas os jornalistas e políticos que estão no Congresso Nacional precisam saber delas para uma nova posição política/social, sobre o assunto.

ENERGIAS ALTERNATIVAS

É erro apelidá-las de alternativas. Não há alternativas para o petróleo. Os expedientes atuais, álcool de cana, azeite de dendê, usinas de vento etc., não têm capacidade de mover superpetroleiros, navios de guerra, supergraneleiros, nem o Antonov AN-225. Tais energias “alternativas” servem para pequenos negócios, iluminação de cidades balneárias, fazer funcionar parques infantis, aquecimento de água em condomínios e várias outras pequenas utilidades. Não se pode pensar em desenvolvimento de um país de 210 Milhões de habitantes com essas “energias alternativas”. As formas de energia alternativa são “curtos circuitos” no “Ciclo da Energia” geológico, o que significa pequenas doses da mesma energia do Sol, ainda em superfície, na forma de alimentos (cana, milho, soja, etc.)

Resumindo: para pequenos negócios: “energia alternativa” de superfície; para mover o Brasil (8,5 km2 e 210 milhões de habitantes): PETRÓLEO, petróleo e mais petróleo, a energia de subsuperfície. 

LIXO

O lixo das pessoas ou lixo doméstico é mais um problema, também dos geólogos e da Geologia. É um dos itens que compõe o Ciclo da Energia e tem de ser tratado como tal. 

A observação principal é que tudo o que está acima da linha da praia vira lixo e este lixo tem de ser devolvido para dentro do mar, ou colocado abaixo da linha da praia. Este comportamento foi, no passado, e é no presente uma Lei da natureza. A solução da popular “reciclagem” é fazer lixo duas vezes. O lixo reaproveitado volta a se transformar em lixo uma segunda vez.

Na superfície do globo só existem duas espécies de materiais, e ambos se transformam em lixo:

1. Lixo de origem mineral. Os resíduos das rochas originais formados pela atuação dos processos de sedimentação são levados pelas correntes fluviais até o mar, onde se depositam, formando as rochas sedimentares. 

2. Lixo de origem orgânica. Esse tipo de lixo se forma com os gases da atmosfera sob a energia do Sol, na forma de vegetais, após usados pelos humanos se transformam em montanhas de detritos para apodrecer à superfície nos conhecidos lixões.

Geologicamente, tudo o que se produz e se consome acima da linha das praias inexoravelmente passa para baixo da linha da praia e enterra-se no mar, como dissemos acima. A parte mineral transforma-se em rochas e a parte orgânica em petróleo.

Certamente não se pode jogar lixo de qualquer espécie nos arredores das cidades e ao nível do mar. Prejudicaria a indústria do turismo e provocaria o natural desprezo pela ideia.
Posto isso, qual a solução para o lixo das cidades?

A solução geológica é enterrar-se o lixo em poços especialmente construídos para isso nas rochas das formações costeiras, ainda em processo de sedimentação e ainda não consolidadas (plataforma continental).

Há que criar-se uma nova engenharia – engenharia de construção de poços para lixo orgânico – pois o lixo mineral, de qualquer natureza, deve ser descartado diretamente no fundo do mar, onde será incorporado aos fragmentos minerais preexistentes. 

Energia de Petróleo: Turning Point para o Brasil

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

As evidências de que o Brasil é um pais subdesenvolvido são muito fortes, e não precisam ser demonstradas. Entretanto, a voo de pássaro, vamos evidenciá-las, especialmente porque tal condição é a matéria que justifica o presente trabalho.

Em março de 2017 haviam 14,2 milhões de desempregados no Brasil, e este número vai continuar crescendo. A população carcerária do Brasil alcança a casa dos 700.000 presos. Sabemos também que a maioria dos alunos nas escolas brasileiras não sabe fazer conta e não entende o que lê. A corrupção virou um estigma, que envergonha a todos os que se pautam por ética mínima. Até o futebol, outrora orgulho dos brasileiros, se distingue agora como ninho de corruptos. Os principais políticos brasileiros estão presos como ladrões, e outro tanto espera apenas o dia do julgamento para entrar na prisão. Mata-se no Brasil com a naturalidade de dormir e acordar no outro dia. Entre 2011/15 foram assassinadas 279.000 pessoas, a época, número maior que os 256.000 mortos na guerra da Síria, numa frequência aterradora de um morto a cada 9 minutos. Entre o Massacre de Carandiru, em S. Paulo, em outubro/92, e Manaus em 2017, passando por Pedrinhas, no Maranhão, e Alcaçuz , no Rio Grande do Norte (26 mortos e decapitados), a diferença é apenas do números de mortes, pois a barbárie é a mesma.

Cada segmento citado acima (educação, esportes, jurídico, prisional, etc.), teoricamente pertence a um segmento político da sociedade, e cada um deles é tratado de maneira particular. Para cada grupo há uma solução e um ministério federal para tratá-lo, onde prolifera a burocracia, o empreguismo e soluções cheias de hipocrisia, que ficam esperando solução para as calendas gregas. Antes que se resolva o primeiro problema sob uma nova administração, aparecem mais dez ou vinte outros, e volta-se a discutir as providências a serem tomadas para continuar tudo como dantes.

Entretanto, o conjunto de problemas citado acima faz parte do status de país de subdesenvolvido que paira sobre o Brasil. E busca de solução para cada problema em separado provoca apenas mais subdesenvolvimento, criando um círculo vicioso.

Mas existe uma solução para o conjunto de todos os problemas, faltando apenas tomar-se conhecimento dela para serem tomadas providências cabíveis. É assunto político/social sensível, pois tem a ver com política de petróleo. E a pergunta que surge é natural: que relação existe entre a situação social do Brasil e a política do petróleo? Existe uma relação íntima, direta, entre as duas situações que é desconhecida do grande público, especialmente por parte do mundo político. Pode-se dizer que o modelo econômico vigente no Brasil, sob o ponto de vista geológico, é como um jogo de quebra-cabeças desmontado, no qual está faltando uma peça da base e, obviamente por isso, ele não pode ser montado. A peça que está faltando chama-se ENERGIA!! Não temos energia bastante para trabalhar e crescer. Guardemos esta informação.

Para que se mude o panorama social de qualquer povo, inclusive o brasileiro, é preciso adotar algumas providências básicas que necessariamente passam pelo conhecimento de princípios geológicos, naturalmente desconhecidos dos políticos do país.

Ora, os políticos não têm obrigação de conhecer problemas geológicos, enquanto os geólogos não têm interferência na política, criando-se o impasse.

Queremos nos referir especificamente à política energética vigente no Brasil. Aduzimos ainda que todo o conjunto sociológico descrito anteriormente, que caracteriza o subdesenvolvimento brasileiro, é dependente de um fator apenas: a falta de trabalho para o povo. A falta de trabalho gera, então, as cadeias cheias de malfeitores, analfabetismo, corrupção, incompetência, imoralidade entre os políticos, etc. Resta a pergunta: como arranjar trabalho para milhões de pessoas? A resposta é política, mas condicionada à técnica geológica, desconhecida por políticos. Continuemos a raciocinar.

Se o nosso problema social é trabalho para o povo, precisamos, antecipadamente, providenciar ENERGIA já que não há trabalho sem uso abundante de ENERGIA. Estamos destacando a palavra para acentuar a importância que ela tem no contexto do subdesenvolvimento. Sem energia não há trabalho, exatamente o caso do povo brasileiro.

O Brasil é representado não pelo limite de suas formas geográficas, mas pelo seu povo ou o número de habitantes que forma a sua população. São 210 milhões de habitantes. A máquina que não pode, nem poderá, trabalhar com a quantidade de combustível que tem agora (2 milhões de barris de petróleo por dia), ou que lhe está prometido pela estatal incumbida da missão (3 a 4 milhões de bpd em 2030). Ou seja, sem a energia necessária o Brasil não poderá trabalhar, e muito menos produzir mais do que o pouco que produz (PIB/capta = $ 8,670).

Quando falamos em energia estamos falando especificamente da energia de petróleo, e a estatal encarregada de prover a energia para o trabalho do povo brasileiro, a Petrobras. Ela não tem capacidade de fazê-lo e, à medida que a população aumenta, a incapacidade da empresa se torna mais e mais evidente.

Alardeia-se pelos meios de comunicação, uma autossuficiência que nunca foi alcançada. A título de propaganda exibem-se gráficos, onde a curva da produção de petróleo supera a curva do consumo, e tal fato nada tem a ver com autossuficiência. Autossuficiência nada tem a ver com produção/extração de petróleo. Neste ponto vale ressaltar o conceito de autossuficiência em petróleo como sendo: ” a quantidade de petróleo consumida por um país , de maneira que ele alcance e sustente um nível social compatível com os padrões internacionais de desenvolvimento”. 

A autossuficiência é um item que liga a potência de uma máquina qualquer diretamente ao seu consumo de combustível, e/ou a sua performance. No caso presente a máquina é o povo do Brasil, composto por 210 milhões de habitantes. O combustível é o petróleo, necessário para mover a sua capacidade de trabalho. Popularizando a ideia basta lembrar: um caminhão de 22 rodas não se moverá do lugar com um motor de automóvel de passeio; ou um Antonov 225 (cargueiro aéreo de origem russa) não poderá alçar voo sem a potência do conjunto de suas seis turbinas. A comparação é pertinente: as 210 milhões de pessoas que formam a população do Brasil não poderão trabalhar sem uma quantidade mínima de combustível.

Porém, o mínimo que o Brasil precisa é muito mais do que o máximo que a Petrobras pode fornecer. Na programação de seis pontos, elaborada pela sua equipe, a estatal espera fazer uma produção de 4 milhões de bpd até 2030. Provavelmente, até esta data, sem combustíveis, estaremos (se é que já não estamos) enfrentando uma guerra civil de efeitos irreversíveis.

De fato, o Brasil nunca foi e está muito longe de ser autossuficiente e, na verdade, ao contrário, está muito perto do caos social, exatamente por esta razão.

O fator que determina a quantidade de petróleo que o país precisa consumir, para manter o seu status social é a população do mesmo, e ela é variável sempre para mais. Ela só faz crescer. Em 2030, os 4 milhões de barris de petróleo programados pela companhia para abastecer o Brasil, serão apenas uma ilusão como parece ser o do programa, pois a população terá crescido inexoravelmente. A população do Brasil, em 2030, será de 265 milhões de habitantes, tomada com a taxa de crescimento de 2% ao ano, só que sem trabalho, analfabeta, altíssimo grau de delinquência e outros dados de miséria. Só a Petrobras continuará a ser um oásis, batendo sempre os seus próprios recordes para alegria e felicidade dos seus dirigentes.

QUE QUANTIDADE DE PETRÓLEO O BRASIL PRECISARIA CONSUMIR PARA MELHORAR A SITUAÇÃO SOCIAL?

Respondendo à pergunta: é uma quantidade muito maior do que o nosso atual consumo, a qual pode ser calculada pela fórmula:

LHD = consumo x 159/população

LHD é um índice estatístico que significa Litros de petróleo/Habitante/Dia, ou seja a quantidade de petróleo em litros que a população do pais em analise, deve consumir por dia, para viver bem ou ter alto IDH e alto PIB.

Nas tabelas, da 2ª à 5ª coluna são os elementos colhidos em fontes diversas para obter o LHD mostrado na 6ª coluna.
O estudo da tabela conduz a uma conclusão importantíssima sob o ponto de vista social: fica determinada a causa do subdesenvolvilmento e porque existem países ricos e países pobres e qual a razão dessa existência e como todos podem se transformar em países desenvolvidos.

O PIB e o IDH de qualquer país, são dependentes da quantidade de combustível consumido pelos seus habitantes.

Se quisermos, por exemplo, ter o status de desenvolvimento dos EUA, que tem características geológicas/geográficas semelhantes as do Brasil, usando a fórmula, determinamos que o consumo do Brasil deveria ser hoje 12.440.000 bpd. Em 2030 quando tivermos 265 milhões de habitantes, nosso consumo, segundo a mesma fórmula, subiria para 15.800.000 bpd, para comparar com o desenvolvimento dos EUA de hoje. A comparação com os EUA não é nenhum absurdo desde que tem características geológicas semelhantes às do Brasil.

Para maior clareza dizemos que: o quadro social do Brasil é o resultado do consumo de dois ou três milhões de bpd que nos fornece atualmente a Petrobras.

Obviamente, é um número muito diferente dos 4 milhões programados pela Petrobras em 2030. Produção de petróleo não é importante na determinação das condições sociais de um país. O CONSUMO É, veja-se os exemplos de Cingapura,  Luxemburgo, Hong Kong e Suíça. Os fatos mostram isso claramente como apresentado nas tabelas abaixo.

O que se verifica é que mesmo os países que fazem parte da OPEP se distinguem, exatamente, pela pobreza e subdesenvolvimento endêmicos. Firma-se um ponto importante: ter petróleo em casa e exportá-lo é ato de traição à pátria. Petróleo próprio tem de ser usado pelo seu dono, para seu próprio desenvolvimento. Exportam-se os produtos gerados pelo uso do petróleo.

As providências a serem tomadas sobre o uso do petróleo para o desenvolvimento do Brasil são de caráter, inteiramente, político. Tal situação nos remete ao ponto exato da campanha do “O Petróleo é Nosso”, da década de 50. A criação da Petrobras, todos sabem ou se lembram, foi um movimento puramente político, que resultou em um novo rumo para o país em uma questão técnico/científica. Estamos em momento semelhante à década de 1950, só que no sentido inverso. Para galgarmos a posição de país de primeiro mundo teremos de sair da fase do estatismo, e passar para o regime da iniciativa privada.

POR QUE TEMOS DE FAZER ISSO?

Desde a sua fundação até o ano passado a Petrobras construiu 30.000 poços, numa media de 468 poços por ano, em um território de 8,5 milhões de km2, dos quais 7,5 milhões são cobertos por bacias sedimentares, das quais não temos nem os mapas. Isto significa que não conhecemos nada do nosso próprio território. Temos que imitar os americanos, indo além: temos que perfurar milhares de poços e mapear todo o território nacional.

Acompanhe a tabe a a seguir:

Observe-se o panorama do que aconteceu nos EUA nos primeiros sessenta anos da indústria do petróleo {1}: entre 1860 e 1920 foram construídos 537.385 poços de pesquisa; só na década 1910/20, os americanos construíram 211.658 poços, o que dá uma media de 21.165 poços/ano, ou 58 poços/dia ou ainda 2,4 poços/hora; cálculos mais recentes mostram que, até hoje, os americanos construíram cerca de seis milhões de poços no seu território, incomparável com os nossos 30.000. A força de trabalho para realizar uma proeza dessas é inimaginável, mas certamente precisaria de toda a força dos 14,2 milhões de desempregados, toda a população carcerária, os estudantes que não sabem fazer contas, todos os favelados do Rio de Janeiros e S. Paulo, etc.

Queremos dizer com isso que a solução do item desemprego no Brasil passa, sem dúvida, pela revisão da nossa postura política diante da nossa indústria do petróleo, sem estatismo no meio. O pagamento do esforço dos norte-americanos pelo serviço da perfuração de poços veio com o resultado obtido ao longo do trabalho. Foram descobertos 51 campos de petróleo gigantes e centenas de campos de menor tamanho e, ainda assim, continua-se a descobrir petróleo novo nos EUA, fruto dessa mesma filosofia de trabalho.

É uma espécie de “mágica”, que acontece quando um povo se empenha a procurar a própria energia em um país do tamanho do Brasil. É dessa atitude que resulta o trabalho para todos. É o ponto de partida para desenvolvimento de todas os outros setores industriais, desde a descoberta e desenvolvimento das minas e materiais básicos, até a sua transformação em produtos industriais, inclusive a educação, esportes, etc. É dai que aparece o trabalho que transforma em “ricos” todos os que se empenham nele. Todas as outras formas de trabalho, literalmente todas, derivam deste trabalho-raiz. Leia-se o texto de quem viveu aquela história, sem se aperceber que estava testemunhando um fato econômico da mais alta relevância para o futuro. No último parágrafo do capítulo II  [2] na página 34 lê-se:

“…regardless, by 1861, both Parkersburg and Marietta had become the oil capitals of their regions. Parkersburg particularly began an unprecedented boom. Within just a short span the population doubled. The oil money “flowing” into town and the area from the oil riches brought quick prosperity. Many of the townsmen participated directly as promoters, drillers, financiers, speculators, refiners, coopers, teamsters, – or indirectly in legal workers, or making tools, boilers, engines, and rigs. Even those who did not chose to get involved directly, prospered, as other services had to be provided to the hordes of outsiders who came to this black gold rush. In other words, the whole town, county, and their inhabitants became caught up in this “oil frenzy” and its accompanying new-found wealth.”

A saga descrita não foi encomendada. O autor apenas descreveu o fenômeno, e tal fenômeno se repetiu indefinidamente em todo o território americano e continua a ser praticado até hoje. Atualmente não precisamos inventar mais nada da ferramentaria necessária à pesquisa. Os americanos inventaram tudo. Basta imitar o exemplo do método de pesquisa, o qual foi repetido em todos os quadrantes onde foi descoberto o petróleo, levando um rastro de civilização para terras ainda incultas, que se transformaram em cidades e deram novas dimensões aos EUA. É o método a ser usado agora no Brasil como método científico de colonização, com a vantagem de poder ser melhor planejado.

Fica claro apenas que não é possível levar o plano adiante se não houver O PREPARO POLÍTICO para deslanchá-lo. Que outras ações têm de acompanhar essas atitudes?

Junto com a quebra do monopólio do petróleo há que modificar as leis que a apoiam.As principais são:

  1. A lei que rege a existência da Petrobras como monopolista,
  2. A modificação das diretrizes do Ministério do Meio ambiente, e
  3. A modificação das diretrizes que regem a Agência Nacional do Petróleo.


Por que mencionar esses itens? Para demonstrar que o processo é INTEIRAMENTE POLÍTICO, e só políticos devidamente comprometidos com o  desenvolvimento do país poderão ser os portadores da mensagem para o população de maneira a convencê-la de que a nova situação é boa para todos, especialmente para os mais pobres. Todos poderão trabalhar – direta ou indiretamente – em pequenas companhias petroleiras ou fora delas.

CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO

A argumentação mais forte, na direção de uma mudança de rumo sobre a política do petróleo reside na parte científica do projeto. Para maior clareza: liberar a pesquisa, conservando as diretrizes técnicas e científicas vigentes, ou atuais, não adianta nada.

Tal experiência já foi adotada por ocasião da quebra do monopólio, havida a partir do governo militar do Presidente Geisel (1974), e outras mais adiante no tempo. Por que não funcionaram? Porque está errada a maneira de proceder com a técnica da pesquisa do petróleo em território brasileiro.

As diretrizes geológicas admitidas e praticadas pela Petrobras, e demais empresas de petróleo, que se guiam por ela como farol científico, estão defasadas e ERRADAS perante fatos da natureza, e isso prejudica a pesquisa de petróleo e a própria autossuficiência.Seria a segunda razão para sair do regime estatal.

Com a presença da Petrobras, os paradigmas científicos adotados pelos técnicos funcionam como empecilho para maior sucesso da pesquisa. Os contratos de risco e as concessões obtidas por particulares nunca funcionaram, melhor dizendo, foram e são um fracasso completo, exatamente por tal razão. Este caminho já foi trilhado varias vezes desde os anos 70, ainda no governo Geisel, e todas fracassaram. Esses pequenos e grandes investidores só admitem engenheiros e geólogos da Petrobras, na suposição de que o “sucesso” da companhia repousa no seu conhecimento da geologia do Brasil e, na verdade, eles carregam para onde forem a filosofia exploratória da empresa, crivada de erros técnicos e científicos, terminando todas no fracasso exploratório atual. Entretanto, as novas teorias geológicas para compreender o problema da pesquisa de petróleo são facílimas de entender por serem ciência primária e conhecida por todos, apenas sem ligação entre os fatos da ciência geológica e a prática da pesquisa do petróleo.

Finalmente, a última argumentação para uma mudança de rumos da pesquisa de petróleo no Brasil refere-se aos preços da pesquisa, que são proibitivos pelo método Petrobras, e que caem a patamares inacreditáveis pelo novo método proposto. A dispensa dos trabalhos geofísicos (sísmica, gravimetria, perfis elétricos) e paleontológicos representam substancial parte do orçamento exploratório, podendo ser reincorporado ao orçamento com finalidade de perfurar novos poços, pioneiros ou de desenvolvimento.

Pelo novo método da pesquisa, qualquer pequena empresa pode se tornar uma empresa de petróleo, gerando centenas e milhares de empregos, transformando toda a paisagem brasileira do futuro próximo. Por tais razões, qualquer político que prometer acabar com o subdesenvolvimento do Brasil, tem de conhecer as novidades científicas alcançadas pela pesquisa geológica contida nesta proposta.

[1] J. E. Brantly. “History of Oil Well Drilling”. Gulf Publish Company. Houston, London, Paris, Tokyo. Páginas 1471.

[2] David L. McKain & Bernard L. Allen, “WHERE IT ALL BEGAN, The story of the people and places where the oil & gas industry began“. West 
Virginia and Southestenr Ohio